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Adamantinense Rafaela Rissoli vence edição do MasterChef Brasil

Disputando com outros sete cozinheiros amadores, Rafaela venceu o MasterChef Brasil.

ADAMANTINA - A fotógrafa Rafaela Rissoli, de 24 anos, nascida em Adamantina, foi a vencedora do penúltimo episódio do ano da atual temporada do programa MasterChef Brasil, exibido na noite desta terça-feira (15) pela Band. Ela foi um dos oito competidores e conseguiu o prêmio final.
 
Rafaela nasceu em Adamantina e mudou para Junqueirópolis aos 9 anos de idade. Em 2014 fui morar em Minas Gerais para estudar jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e atualmente mora em São Paulo, onde trabalha como fotógrafa e se dedica à fotografia de alimentos.
 
A prova na noite desta terça-feira foi dividida em dois pratos. Primeiro, os participantes tiveram que produzir uma sobremesa com chocolate. Depois, aqueles que passaram pela primeira etapa tiveram que produzir uma panqueca salgada.
 
Vencedora, Rafaela ganhou prêmios em dinheiro, vale-compras, equipamentos culinários e uma bolsa de estudos para graduação ou pós-graduação.
 
SUPERAÇÃO
 
A história de Rafaela e sua participação no programa foram destaque em uma reportagem especial publicada no Portal da Band. Ela citou a tradição de sempre assistir ao MasterChef, onde participou e foi escolhida pelos jurados do talent show como a melhor cozinheira amadora da noite. “Entre as muitas sensações da vitória, ganhar todos os prêmios e poder equipar sua cozinha teve valor especial”, diz o texto.
 
A reportagem revela que, por causa da pandemia, Rafaela e o namorado Gabriel tiveram que se mudar para a casa da sogra. Autônomos, eles viram todos os trabalhos sumirem nos últimos meses e manter uma casa ficou complicado. Questões de espaço os fizeram vender vários eletrodomésticos que fazem falta desde então. “Eram coisas que a gente tinha demorado muito pra conseguir. Estava precisando e agora consigo recuperar, tenho até forno”, celebrou, em entrevista ao Portal da Band.
 
Rafaela contou que durante os quatro anos do curso de jornalismo, em Minas Gerais, fazia estágio e trabalhava em um restaurante como atendente para conseguir se manter. No tempo livre, inspirada pelo programa e pelo que via na cozinha do trabalho, começou a ousar nas panelas.
 
Com pouco dinheiro e a vida corrida, ela conta que a maioria de suas refeições era no trabalho ou no restaurante universitário. Quando tinha a chance de cozinhar algo legal, reunia todos os amigos. “Fazer isso era um prazer. Como em casa não tinha muitos pratos ou potes, já comemos bolo na tábua de carne, hambúrguer na mão e macarrão, quando fazia, um usava o prato, comia e passava para o outro”, recorda.
 
Rafaela contou ao Pordal da Band que se dedicar na cozinha nem sempre foi um prazer. Aos 15 anos, quando tinha que preparar seu almoço e das irmãs, reclamava. Tudo mudou recentemente. Há dois anos, passou a pensar na gastronomia como algo profissional. Em 2018, ela mudou de Minas para São Paulo e decidiu ir além do hobby. “Até então nunca tinha pensado em me inscrever no programa, mas, no último ano, me dediquei exclusivamente a isso.”
 
Atuando hoje com fotografia de alimentos, Rafaela lamenta não ter conseguido aplicar seu conhecimento na apresentação final dos pratos, no programa. “Não fiquei orgulhosa. Estava nervosa e, apesar de confiar no sabor, preciso ganhar mais experiência e evoluir neste quesito”, observa. “Sempre existe o desejo de ganhar, mas não esperava. Ainda não estou acreditando, será que ouvi certo?”, brinca.
 
Com a nova experiência e a projeção trazidas pelo programa, Rafaela pretende ampliar os estudos e se especializar mais, nos pratos e nas fotos. “Vou me dedicar a isso de um jeito mais fácil e, com mais experiência, vou melhorar e evoluir. Vencer me deu mais confiança para de fato investir nisso. É uma alegria e dedico tudo à minha mãe. Se estou aqui é pelos esforços dela”, contou ao Portal da Band.
 
COZINHA, MEMÓRIAS E AFETO
 
Rafaela nasceu em Adamantina e mudou para Junqueirópolis aos 9 anos de idade. Aos 13 anos, aprendeu a cozinhar as coisas básicas do cotidiano de muitos brasileiros: arroz, feijão e macarrão. Sua mãe sempre trabalhou muito e ela preparava a própria comida e das irmãs.
 
Em 2014 foi morar em Minas Gerais para estudar jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Durante sua graduação, desenvolveu o aprendizado sobre gastronomia. “Comecei a cozinhar com quase nada de ingrediente. Foi uma fase extremamente difícil por causa da dificuldade financeira. Minha mãe é muito esforçada, mas nem sempre sobrava dinheiro para que ela pudesse me dar algum suporte”, conta. “Então eu, mais uma vez, conciliei o estudo com vários trabalhos. Muitas vezes eu pensava em desistir da formação, eu ficava muito cansada e em vários momentos não tinha o que comer. O que salvava durante a semana era o almoço no serviço e o jantar no Restaurante Universitário da faculdade, aos quais sou muito grata”, ressalta.
 
Entre mudanças de casa e de companhias de moradia, Rafaela decidiu que precisava de um canto só pra ela. “Com muito esforço aluguei uma kitnet e fui mobiliando aos poucos, um móvel por mês. Lembro até hoje que, primeiro, comprei uma geladeira. Nada novo, claro, mas tudo em ótimo estado e com o mais importante: cumprindo suas funções”, lembra. “No mês seguinte, comprei um fogão de duas bocas, mas veio um problema: e o gás? Ainda não podia cozinhar nessa casa, tive que esperar mais um mês pra comprar o botijão”, recorda. As panelas foram presente da sua mãe. “E sim, tenho as panelas ainda, as primeiras panelas que, de fato, tive na vida”, destaca.
 
A partir das observações de pessoas e amizades comas quais conviviam e que, muitas vezes, a ajudavam com ingredientes e utensílios – ela carrega até hoje muitos dos presentes recebidos – Rafaela foi fui desenvolvendo, cada vez mais, a sede do conhecimento de técnicas e de construção de sabores dentro do universo gastronômico. No começo, por fazer jornalismo, ela se via mais como alguém que escreveria críticas sobre restaurantes, e ainda não descarta essa possibilidade. “Mas a verdade é que eu estou muito mais envolvida e muito mais cativada pela gastronomia, pelos alimentos e pela cultura de alimentação de todos os lugares e não me cabia ficar fora da cozinha, apenas como expectadora”, explica. “Minha vida tão nômade me faz pensar que devo conhecer, ver e provar de perto um tanto de culinária pelo mundo afora e sei que esse momento irá chegar”, continua.
 
Vencedora desta edição do MasterChef Brasil, Rafaela pretende continuar lutando para conseguir chegar onde quer. “Cozinhar pra mim, vai continuar sendo uma forma de comunicação que transmite afeto, ternura, companheirismo sem sequer precisar usar uma palavra. E meu sonho é essa troca de comunicação com vários cantinhos do mundo”, diz. “Ora, veja, não estou falando de requinte”, observa.
 
Em nenhum momento, segundo Rafaela, a falta de utensílios e de ingredientes impediu pessoas de se reunirem. “A comida aproxima pessoas e, pra mim, além de alimentar e suprir necessidades biológicas, o propósito vai ser sempre esse: juntar a galera”, completa.
 
Anne 42 (tv, teatro e míusica) - 17/12/2020
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