Educação

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Com retorno das aulas presenciais, 20% dos professores da rede estadual aderem à ‘greve sanitária em defesa da vida’

Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) alega que ‘não há condições para um retorno seguro’.

REGIONAL - O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) iniciou, nesta segunda-feira (8), uma paralisação contra a volta das aulas presenciais na rede estadual de ensino. Segundo o coordenador regional, William Hugo Correia dos Santos, no Oeste Paulista, a adesão à "greve sanitária em defesa da vida contra a volta às aulas presenciais" é de 20%.
 
Ao todo, em toda região, são cerca de 150 escolas estaduais, com um total de 55.192 alunos matriculados nas Diretorias de Ensino de Presidente Prudente, Adamantina, Mirante do Paranapanema e Santo Anastácio.
 
A greve foi anunciada pela Apeoesp na última sexta-feira (5), após uma assembleia regionalizada virtual em que "91,7% da categoria votou pela greve". Os professores também decidiram permanecer com o trabalho remoto decisão que, segundo o sindicato, teve apoio de 81,8% dos participantes.
 
A Apeoesp afirmou que "diferentemente de outras paralisações, desta vez o foco é a saúde, preservar vidas, tanto de professores quanto de estudantes, funcionários e familiares".
 
A categoria diz que "não há condições para um retorno seguro" e que as escolas não apresentam a mínima infraestrutura". A Apeoesp também salientou que fez um levantamento que apontou até agora 147 casos de Covid-19 em escolas, em pessoas que "tiveram algum tipo de atividade presencial".
 
Por meio de nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) lamentou que o “sindicato se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos”. A pasta estadual ainda pontuou que o “sindicato ainda esquece de contabilizar os riscos diversos atrelados ao atraso educacional e à saúde emocional e mental das milhares crianças e adolescentes”.
 
“A Seduc tomará as medidas judiciais cabíveis e informa em caso de eventuais faltas, o superior imediato irá analisar a justificativa apresentada, de acordo com a legislação. Faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas”, disse a secretaria.
 
A nota ainda explicou que a “retomada das aulas é pautada em medidas de contenção da epidemia, obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus, embasada em experiências internacionais e nacionais. Estudantes e profissionais com doenças crônicas ou fatores de risco devem permanecer em casa, cumprindo atividades remotas”.
 
Disse também que para a retomada, a Seduc-SP adquiriu e distribuiu uma série de insumos destinados tanto aos estudantes quanto aos servidores, como 12 milhões de máscaras de tecido, mais de 440 mil face shields (protetor facial de acrílico), 10.740 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel, 100 milhões de rolos de papel toalha e 1,8 milhão de rolos de papel higiênico.
 
O ensino público estadual possui cerca de 3,3 milhões de alunos, que estudam em 5.100 escolas do estado. Essas unidades estão autorizadas a funcionar de forma híbrida, com parte do ensino virtual e parte na escola novamente.
 
Volta às escolas
 
A retomada será gradativa, em esquema de rodízio entre os alunos, com 35% dos estudantes presentes a cada dia. A regra vale para todas as cidades do estado que estão nas fases vermelha e laranja do Plano SP de flexibilização. Nas cidades que estão atualmente na fase amarela, como é o caso da capital e da Grande SP, a capacidade total é de até 70% dos estudantes.
 
A previsão do governo paulista é de, após este retorno, reavaliar a retomada em percentuais maiores.
 
A decisão final a respeito da participação de cada aluno nas atividades presenciais cabe às famílias, segundo o governo e as autoridades judiciais do estado, que autorizaram o retorno.
 
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