Economia

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Impacto nacional: enchentes no RS vão fazer o arroz ficar mais caro?

O preço dos alimentos não é controlado pelo governo ou alguma entidade. Na prática, isso faz com que aumentos sejam sentidos de forma mais rápida.

Os temporais que atingiram o Rio Grande do Sul trouxeram perdas severas para a agricultura e, consequentemente, vão impactar o preço de alimentos. O arroz, que é um dos principais itens da cesta básica brasileira, é um deles, mas não há motivo para pânico. Inclusive, a orientação é para que a população não faça estoque. 
 
A Federação Nacional dos Produtores de Arroz publicou uma nota dizendo que não deve faltar arroz, pois 84% da colheita já havia sido feita - o RS é o maior produtor de arroz do Brasil e a produção estimada para este ano, apesar das perdas é só um pouco menor que a do ano passado. 
 
Arroz vai ficar mais caro 
 
Sim, deve haver um aumento no preço dos alimentos. Mesmo considerando que seria impreciso medir agora os impactos das perdas, já é possível afirmar que haverá um aumento no preço dos alimentos. 
 
O preço dos alimentos não é controlado pelo governo ou alguma entidade. Na prática, isso faz com que aumentos sejam sentidos de forma mais rápida pelo consumidor final. 
 
O Rio Grande do Sul representa grande parcela da produção nacional de arroz. O estado é responsável por 70% de toda a produção do cereal no país, o que significa que o impacto deve se espalhar nacionalmente. 
 
De acordo com o Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os produtos do estado deveriam colher 7,48 milhões de toneladas ao final desta safra - mas essa previs~ão foi divulgada antes do evento climático e esse número provavelmente será revisado para baixo em breve. O IRGA vê que, caso as lavouras restantes sejam colhidas, a produção total chegará a 7,149 milhões de toneladas, valor um pouco menor do que a produção do ano anterior, de 7,329 milhões. 
 
"Acho que vamos ter queda de produção, os preços vão ser impactados no curto prazo, e de imediato, o arroz, seja, milho e carne devem contribuir negativamente na inflamação. O arroz é um ponto de atenção, porque ele tem um peso significativo no IPCA." Disse o professor da Fecap, Ahmed El Kathib. 
 
Nos últimos 12 meses, o arroz acumulou alta de 28,39%. São dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o principal medidor de inflação do país. 
 
Para evitar uma possível escalada no preço, a Conab vai comprar arroz já industrializado e empacotado no mercado internacional - de países como Argentina, Uruguai, Paraguai e, eventualmente, Bolívia.
 
Além do arroz, outros cereais, leguminosas e oleaginosas também devem sofrer aumento de preços. Os principais impactos devem ser sentidos nessas áreas entre os meses de maio e junho.
 
Mais produtos podem ser afetados. Já de acordo com a análise de Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, gasolina, carne bovina e suína, além do leite, também são alguns dos produtos que estão no radar para avaliação de possíveis aumentos de preços e impactos na inflação. 
 
Além disso, mesmo produtores que não foram afetados diretamente pelas chuvas podem ter aumento de preços. Mas, como? O transporte de produtos já colhidos também está comprometido, já que muitas estradas e pontes foram danificadas pela catástrofe na região - que é responsável por safras importantes no país. 
 
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