Saúde

30717

Vigilância pede atenção redobrada com a leishmaniose

Cidade já registrou dois casos da doença em humanos neste ano

OSVALDO CRUZ - Após a confirmação de dois casos em humanos de leishmaniose, a Vigilância Epidemiológica de Osvaldo Cruz pede atenção redobrada para, principalmente, os proprietários de animais.

De acordo com médico veterinário da Vigilância Epidemiológica, Marcelo Cândido da Silva, é necessário ficar atento com os sintomas da doença: descamação de pele, pelos quebradiços, úlceras, feridas que não cicatrizam, anorexia, lesões oculares e sangramento.

A recomendação é para que os proprietários comuniquem a Vigilância Epidemiológica para que os veterinários responsáveis possam visitar e avaliar os animais.

Caso seja confirmada a doença, a recomendação mais adequada é para a eutanásia dos animais.

“O tratamento da leishmaniose não está indicado e o Brasil não tem a indicação do Ministério da Saúde. O tratamento que existe é para os sintomas, mas não cura a leishmaniose”, destacou Marcelo Cândido.

Transmissão

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas.

Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns são: mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico.

Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Histórico da doença

O primeiro caso de leishmaniose em seres humanos em Osvaldo Cruz foi diagnosticado em 2007.

Nos anos seguintes foram: 7 casos em 2008, 11 casos em 2009 e mais 11 em 2010.

Em 2010 a Prefeitura fez um inquérito sanitário canino pela cidade e diagnosticou perto de 1,5 mil cães doentes. A maioria foi eutanasiada (sacrificada).

A ação fez com que em 2011 os casos caíssem para 3. Em 2012 houve novo aumento - 6 casos e em 2013 subiu para 7 no total. No ano passado houve redução para 4 casos e em 2015 são 2.

A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea.

Alerta

O setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde alerta que as pessoas deixem os quintais limpos e sem material orgânico.

O Ministério da Saúde recomenda:

- a limpeza periódica dos quintais, por meio da retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo);

- destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento do mosquito;

- a limpeza dos abrigos de animais domésticos;

- bem como a manutenção de animais domésticos distantes do domicílio, especialmente durante a noite, de modo a reduzir a atração dos insetos.

- meio do uso de inseticida (aplicado nas paredes de domicílios e abrigos de animais).

Ressalta-se que essa medida é direcionada apenas para o inseto adulto, daí a importância de desenvolver ações de manejo ambiental de forma a destruir os locais de desenvolvimento das formas imaturas do vetor (ovos, larvas e pupa).

Dê sua opinião

Não serão aceitas mensagens com conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade, ou que desrespeite a privacidade alheia;


Comentários
 
 
 
Fechar
Rádio Califórnia Rádio Clube Rádio Max Rádio Metropole