- Atualizado em 15:49
Saúde
45377Ministério da Saúde bloqueia único remédio para tratar pacientes com AME
Anvisa já aprovou o uso do Spinraza no Brasil
NACIONAL - A incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) da nusinersena, medicamento vendido no Brasil com o nome Spinraza®, é a melhor opção, talvez a única, de acesso a tratamento eficaz para pessoas com Atrofia Muscular Espinhal (AME) no Brasil.
“O remédio já foi aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). É usado por pacientes em mais de 20 países e, aqui no Brasil, melhorou muito o quadro de saúde de todas as crianças que estão tomando”, afirma o presidente da associação Unidos Pela Cura da AME, Renato Trevellin.
Para o Ministério da Saúde, no entanto, esses resultados positivos não justificam a inclusão do Spinraza na distribuição pública. No último dia 2 de agosto, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) recomendou a não incorporação do medicamento para tratamento de crianças com AME 5q tipo I.
“Não há alternativa ao tratamento. Sem o remédio, que é o único disponível, as crianças vão morrer”, declara Renato Trevellin, pai de Gianlucca, de 6 anos, que tem AME e começou a tomar o Spinraza neste ano, após uma longa batalha judicial entre sua família e o governo federal.
Nenhum representante do Ministério da Saúde concede entrevista sobre o assunto. Em nota enviada por email, a pasta afirma que o medicamento é muito caro e não vai salvar a vida das pessoas que têm a doença.
“A comissão considerou que as evidencias clínicas apresentadas são frágeis e os resultados obtidos com tratamento (observados no ensaio clínico) não demostram aumento de sobrevida para além da expectativa de vida esperada nas crianças com a doença. Além disso, a análise de custo-efetividade mostra também que o medicamento não apresenta resultados clínicos convincentes”, explicou o Ministério.
“A pasta ressalta ainda que o medicamento está em Consulta Pública, no site da CONITEC desde o dia 29 de agosto, com previsão de termino no dia 17 de setembro. Após a consulta pública, a equipe técnica da comissão avaliará todas as contribuições e, na sequência, a discussão volta para o plenário, para emitir a recomendação final”, destacou o Ministério.
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