Saúde

35282

Menina de 2 anos vive emoção de ouvir pela primeira vez

Família viajou do Pará para Bauru

BAURU -  O choro da pequena Júlia Bezerra, de 2 anos e meio, na sala do Hospital Centrinho, da USP em Bauru (SP), não é de dor e nem tristeza. É o sinal de uma mudança de vida.  Menina, que nasceu no estado do Pará, viajou mais de 2 mil quilômetros, acompanhada da mãe, Claudeany Bezerra Pereira, para fazer um implante coclear. Júlia nasceu surda e o implante era única chance dela escutar. Sensação que ela teve pela primeira vez recentemente e a equipe de reportagem do TEM Notícias acompanhou.

A mãe dela conta que as complicações começaram ainda quando Júlia estava na barriga. “A gravidez de início foi de risco, a gente quase perdeu ela aos três meses, mas aí a gente conseguiu, depois dos três meses foi bem tranquila, até chegar os oito meses né, que ela nasceu prematura”, conta Claudeany.

Júlia teve complicações no coração e ficou mais de 10 dias na UTI. Apesar do susto, deu tudo certo e ela foi pra casa. Mas, com o passar dos meses surgiu outro problema. “Ela gesticulava muito, ela fazia muito, caretinhas, e só falava o básico que era mama, papa e não. Aí a gente percebeu que não estava desenvolvendo a fala e a gente começou a perceber que tinha alguma coisa errada.”

A deficiência auditiva foi comprovada em vários testes e única saída pra ela conseguir escutar era fazer uma cirurgia pra colocar um implante no ouvido, chamado implante coclear. E o hospital em Bauru é referência neste tipo tratamento e recebe gente do país inteiro. Pelo menos três pacientes são implantados toda semana na unidade e todo o tratamento é bancado pelo SUS.

“O implante é um dispositivo auditivo eletrônico e é inserido através de um ato cirúrgico, dentro de uma porção interna do ouvido que é a cóclea, e é ali que ele vai exercer a função das células e possibilitar a percepção dos sons para o paciente”, explica a chefe da seção de implante do Centrinho, Karina Costa Brosco Mendes. 

Júlia passou pelo procedimento há pouco mais de um mês e já está totalmente recuperada. Depois da cicatrização, o implante tem que ser ativado e a equipe de reportagem foi autorizada a acompanhar esse momento emocionante. Antes de tudo, a Júlia passa por uma série de exames que ativam eletricamente o nervo auditivo dela. O objetivo é regular o processador da fala pra depois ligar o aparelho auditivo.

Um microcâmera gravou o teste. A fonoaudióloga faz um teste emitindo um som e a Júlia chora, sinal de que o aparelho está funcionando. No colo da mamãe, aos poucos ela se acalma. A fonoaudióloga chama atenção dela e ainda um pouco apreensiva, a menina tenta entender o que a profissional fala e minutos depois, abre o sorriso lindo de aprovação, de felicidade.

Dê sua opinião

Não serão aceitas mensagens com conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade, ou que desrespeite a privacidade alheia;


Comentários
 
 
 
Fechar
Rádio Califórnia Rádio Clube Rádio Max Rádio Metropole