Saúde

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Marília: Santa Casa reduz atendimento ao público

Diretora do hospital alega que Prefeitura deixou de pagar pelos atendimentos realizados além do que estabelece o contrato e o hospital fechou 2015 com

MARÍLIA - A Santa Casa de Marília (SP) vai reduzir pela metade o atendimento ao público. O motivo, segundo a superintendente do hospital Kátia Ferraz Santana, é que a prefeitura deixou de pagar pelos atendimentos realizados além do que estabelece o contrato e o hospital fechou 2015 com um prejuízo de R$ 3 milhões.

Por mês, a Santa Casa realizava aproximadamente 36 mil procedimentos, entre consultas e exames. Mas o contrato entre a prefeitura e a Santa Casa, estabelecia o pagamento da metade desses serviços. O que passava do limite contratado, o município pagava posteriormente. O problema é que esse pagamento excedente foi suspenso pela prefeitura ao longo do ano, gerando uma dívida de R$ 300 mil por mês.

"A Santa Casa de Marília sempre atendeu um pouco acima daquilo que o contrato dela com o município permite, para atender a necessidade da população. A demanda aumentou muito levando a Santa Casa a uma situação muito crítica", explica Kátia.

O hospital acumulou uma dívida de R$ 3,9 milhões que ainda não foi paga pelo município. Por causa disso, 85 cirurgias que eram realizadas todos os meses e que não são consideradas de emergência, também foram suspensas. Para contornar a situação, a Santa Casa solicitou o aumento do repasse feito pelo Sistema Único de Saúde ao município em R$ 300 mil. Em nota, o Ministério da Saúde disse que o pedido está sendo analisado pela área técnica.

"Na verdade a gente vinha realizando mais do que era contratado e hoje a gente está realizando o contratado. Não conseguimos mais financiar, manter essa conta crescendo sem receber esse pagamento. Esperamos que isso seja solucionado pelo bem da população o mais rápido possível", acredita Kátia.

A mãe de uma mulher, que prefere se identificar, tem duas pontes de safena no coração e faz acompanhamento na Santa Casa, a cada seis meses. A última consulta era para ser em novembro, mas foi cancelada pelo hospital. "A gente foi informado que não tem mais o atendimento sem previsão para remarcação de consulta. A gente não sabe o que fazer no caso de uma emergência, a gente queria só que fosse esclarecido."

Segundo a coordenadora do centro de oncologia do hospital, Lia Raquel Gaspari, a suspensão desses procedimentos vão afetar os novos pacientes. Por mês, eram realizadas 60 cirurgias, mas para se adequar a realidade, elas vão cair pela metade. "É uma tristeza pra gente porque a gente sabe que o paciente existe, mas com esse bloqueio ele não vai chegar pra gente"

A Secretaria Municipal da Saúde disse que tem apoiado a Santa Casa para a solucionar a situação e que já se reuniu com secretários de saúde e prefeitos dos municípios assistidos pela instituição para juntos cobrarem o repasse maior da verba do Ministério da Saúde.

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