Saúde

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Johnson & Johnson sabia há décadas da presença de amianto em seu talco

Substância esteve presente no produto de 1971 a 2000

INTERNACIONAL - Ela sabia que seu câncer, mesotelioma, surgiu em uma membrana delicada que cerca seus pulmões e outros órgãos. Ela sabia que era tão raro quanto mortal, um sinal de exposição a amianto (asbesto). E ela sabia que afligia principalmente homens que inalavam pó de asbesto em minas e indústrias como a naval, que usavam o cancerígeno antes de seus riscos serem conhecidos.

Coker, 52 anos, criou duas filhas e tinha uma escola de massagem em Lumberton, uma pequena cidade no leste do Texas. Como ela foi exposta ao asbesto? "Ela queria respostas", disse sua filha, Cady Evans.

Lutando para respirar e sofrendo dor debilitante, Coker contratou Herschel Hobson, um advogado de danos pessoais. Ele então encontrou um suspeito: o talco de bebê da Johnson's que Coker usava em suas filhas e às vezes em si mesma durante toda sua vida. Hobson sabia que talco e asbesto com frequência ocorrem juntos na terra e que o talco minerado podia estar contaminado pelo cancerígeno. Coker processou a Johnson & Johnson, alegando que "talco venenoso" no amado produto da empresa seria o respponsável pela morte dela.

A J&J não contou à  FDA (a agência reguladora de produtos alimentícios e farmacêuticos dos Estados Unidos) que pelo menos três testes por trás laboratórios diferentes de 1972 a 1975 encontraram asbesto no talco, em um caso em ní­veis considerados "altos".

A empresa negou a alegação. O talco de bebê era livre de asbesto, disse. À medida que o caso avançava, a J&J conseguiu evitar de fornecer os resultados de testes do talco e outros documentos internos da empresa requisitados por Hobson para seu caso contra os talcos da linha Johnson's Baby.

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Lojas Real 61 (saúde) - 26/12/18

Um exame feito pela "Reuters" em muitos desses documentos, assim como o depoimentos e testemunhos em julgamento, mostram que desde pelo menos de 1971 até o iní­cio dos anos 2000, a matéria-prima e os talcos vendidos pela empresa às vezes deram positivo para pequenas quantidades de asbesto, e que os executivos da empresa, gerentes de minas, cientistas, médicos e advogados se preocupavam com o problema.

Os documentos também descrevem os esforços bem-sucedidos para influenciar os planos dos reguladores americanos para limitar a presença de asbesto em produtos de talco cosmético e a pesquisa científica sobre os efeitos do talco à  saúde.

Uma pequena porção dos documentos foi apresentada em julgamentos e citada em reportagens na média. Muitos foram mantidos confidenciais por ordens da Justiça, o que permitiu à  J&J entregar milhares deles.

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