Saúde

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Governo de SP e BNDES investem em fábrica de vacina contra a dengue

Com aporte de R$ 97,2 milhões, unidade terá 3 mil m² de área construída dentro do Instituto Butantan

Nova fábrica ficará dentro do Instituto Butantan e terá 3 mil m² de área construída (Foto: A2img / Alexandre Carvalho) Nova fábrica ficará dentro do Instituto Butantan e terá 3 mil m² de área construída (Foto: A2img / Alexandre Carvalho)

ESTADUAL - O Estado de São Paulo continua avançando no combate à dengue. Nesta terça-feira (3), o governador Geraldo Alckmin assinou um acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para a liberação de R$ 97,2 milhões à Fundação Butantan. Os recursos serão usados na conclusão das obras da fábrica da primeira vacina brasileira contra a dengue.

"Isso é importante para a ciência brasileira e uma grande colaboração à ciência mundial, porque não há no mundo uma vacina contra a dengue com apenas uma única dose", disse o governador. Ele ainda completa afirmando que "40% da população mundial vive em países tropicais ou subtropicais e está sujeita à doença".

A nova fábrica ficará dentro do Instituto Butantan e terá 3 mil m² de área construída. As instalações foram arquitetadas para suportar a produção de até 100 milhões de doses de produto concentrado (bulk) e até 30 milhões de doses de vacina liofilizada contra a dengue por ano. A planta também foi planejada para operar a produção de vacinas contra a raiva e zika vírus, entre outras.

"Nós já estamos fazendo a fábrica para quando a vacina estiver pronta, as instalações já devem estar também. E a fábrica já está quase finalizada, porque o que está faltando são as paredes - que são pré-fabricadas. Mas nós só vamos colocar as paredes após os equipamentos - que são muito grandes - entrarem. Mas a infraestrutura do prédio está toda pronta", explica o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil.

Investimento

O aporte do banco corresponde a 31% do investimento total do projeto, orçado em R$ 305,5 milhões. O contrato ocorreu por meio do programa BNDES_Funtec, que prevê a liberação a fundo perdido a iniciativas de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação executados por Instituições Tecnológicas (IT), selecionados de acordo com os focos de atuação divulgados anualmente pelo BNDES.

"Os recursos não voltam ao BNDES porque não são reembolsáveis. Nossa contrapartida é o benefício social que a vacina contra a dengue vai gerar para o Brasil", diz Cláudia Prates, diretora de indústria e insumos básicos do BNDES.

Além do investimento nas obras, os recursos incluem a instalação e montagem de equipamentos, mobiliário, insumos e serviços de qualificação para a instalação dos equipamentos. A operação ainda contribui para a formação de equipes qualificadas para a condução de estudos clínicos para o desenvolvimento da vacina.

Vacina

A primeira vacina brasileira contra dengue está na última fase de testes clínicos, antes de ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Após a validação, ela será produzida em larga escala e disponibilizada para campanhas de imunização em massa na rede pública de saúde em todo o Brasil.

Os estudos feitos nessa última fase envolvem 17 mil voluntários em 13 cidades nas cinco regiões do Brasil. Estão sendo convidadas a participar do estudo pessoas saudáveis, que já tiveram ou não dengue em algum momento da vida e que se enquadrem em três faixas de idade: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. Os participantes do estudo são acompanhados pela equipe médica por um período de cinco anos para verificar a duração da proteção oferecida pela vacina.

A última etapa da pesquisa é a comprovação da eficácia da vacina. Os dados disponíveis das duas primeiras fases indicam que a vacina é segura, que induz o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro vírus da dengue e que é potencialmente eficaz.

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