Saúde

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Febre Amarela: Adamantina consta como “área de recomendação de vacina”

Este ano já foram registradas três mortes pela doença na região metropolitana de São Paulo

ADAMANTINA - Com novos casos registrados este ano, a Febre Amarela vem trazendo preocupação à população. Mesmo com mortes no estado de São Paulo, o Ministério da Saúde afirma que não há motivos para alarde, porém adota ações preventivas e aumentou a relação dos municípios que receberão a vacina, já que grande parte da população não está imunizada.

A vacinação era mais comum em regiões de risco, como a Norte. Com a chegada do vírus em áreas antes não afetadas, como o Sudeste, a vacinação de urgência se fez necessária e ocorrerá em todo o Estado a partir de fevereiro. A campanha começará nos lugares onde o vírus está circulando, mas o objetivo é que, em um ano, atinja todos os municípios paulistas. Para isso, será feita em etapas.

Este ano já foram registradas três mortes pela doença na região metropolitana. Todas as vítimas passaram pela cidade de Mariporã, que fica a 39 km da Capital. Apesar de Adamantina estar longe – do outro lado do Estado, a cidade consta na relação do Ministério da Saúde como “área de recomendação de vacina”.

1 – Quem pode tomar com restrições?

Pessoas acima de 60 anos e gestantes só devem receber o imunizante se não apresentarem nenhuma contraindicação e estiverem muito próximos a locais com casos relatados.

Indivíduos com HIV/Aids também podem desde que não apresentem imunodeficiência grave. Para isso, deve ser feito exame para contagem de CD4 (células de defesa), informa a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Mulheres que estão amamentando devem suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação.

2 – Quem não pode tomar a vacina, mesmo estando em regiões de risco?

Crianças menores de nove meses. Pessoas com câncer, indivíduos que passaram por transplante e pessoas com alergia grave ao ovo. Todos com deficiência no sistema imune também devem consultar um médico.

3 – Como proteger bebês com menos de nove meses e pessoas que não podem tomar a vacina?

Nesses casos, devem ser utilizados métodos para evitar picadas de mosquitos e, no caso de viagem para área de risco, analisar a possibilidade de adiamento.

Para quem mora em região de risco, o uso de repelentes, telas de mosquito, blusas de manga comprida e calças, além da manutenção de portas e janelas fechadas podem ajudar a evitar a exposição.

Vale lembrar que o repelente é contraindicado para crianças menores de seis meses, que devem ser mantidas todo o tempo em ambientes protegidos por telas e mosquiteiros em regiões de risco, informa o Ministério da Saúde.

4 – O que é dose fracionada?

Na terça-feira (9), o Ministério da Saúde divulgou que os estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo vão adotar a dose fracionada da vacina da Febre Amarela.

Trata-se da divisão da dose antes aplicada: a dose padrão contém 0,5 ml e a versão dividida passa a ter 0,1 ml.

Com isso, uma vacina que antes era destinada para uma pessoa pode ser aplicada em quatro indivíduos – podendo chegar a cinco.

5 – A dose fracionada protege da mesma forma que a padrão?

Estudos da Fiocruz demonstraram que 0,1 ml da vacina (dose fracionada) garante imunidade contra a febre amarela por oito anos.

O período corresponde ao tempo de acompanhamento de pessoas que receberam a vacina em estudo. Com o passar dos anos, pode ser que a vacina tenha um período maior de eficácia.

Quanto à dose padrão, já se sabe que uma única dose protege para a vida inteira.

Por esse motivo, o Ministério da Saúde não descarta que aqueles que receberam a dose fracionada tenham que voltar para um reforço, mas isso vai depender de estudos a longo prazo.

6 – Por que algumas pessoas vão tomar a dose fracionada e outra não?

Crianças de 9 meses a até 2 anos, pessoas com condições clínicas específicas (como pacientes com HIV/Aids), gestantes e viajantes internacionais vão continuar tomando a dose padrão.

Isso ocorreu por dois motivos: a eficácia da dose fracionada não foi estudada nessas populações e elas já não respondem muito bem à dose padrão.

No caso de viajantes, não há uma regulamentação internacional para a dose fracionada — por isso, o governo continuará adotando a dose padrão nesses casos.

7 – Já tomei a vacina padrão, mas faz mais de 10 anos. Preciso tomar um reforço?

Não. O Ministério da Saúde adotou em abril o padrão da Organização Mundial da Saúde de dar a vacina padrão apenas uma vez, sem o reforço após dez anos que antes era recomendado. “Quem já tomou está tomado, é uma dose na vida, não há necessidade de repetição”, explica a infectologista Rosana Richtmann.

8 – A forma da Febre Amarela é urbana ou silvestre?

Não há indícios de que o Aedes Aegypti esteja transmitindo a febre amarela e, por isso, a forma da doença é silvestre (transmitida por mosquitos que ficam à beira do rio), explica Marcos Boulos, infectologista e coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo.

Ele informa que o estado de São Paulo faz uma vigilância constante noAedes para verificar sua capacidade de transmissão – e não foi encontrada a presença do vírus da febre amarela no mosquito.

Também o Ministério da Saúde divulga que a forma da doença circulante no Brasil é a silvestre e que a forma urbana da doença (transmitida pelo Aedes) foi identificada pela última vez em 1.942.

9 – Quais são os sintomas da febre amarela? Como ela é transmitida?

As primeiras manifestações são inespecíficas (já que podem ser confundidas com outras doenças). Atingidos podem apresentar, no entanto, febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias, mas a maioria das pessoas melhora após esse período, informa a Fiocruz.

Já a forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

A doença é transmitida quando um mosquito pica um humano ou macaco infectado e, depois, com o vírus em seu organismo, volta a picar uma pessoa ou animal.

 

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