Familiares de vítimas de soterramento apontam 'negligência' da Prefeitura de Indiana

INDIANA - Amigos e familiares se despediram nesta terça-feira das vítimas do soterramento registrado no aterro em Indiana. O sepultamento foi às 5 da tarde, tanto da mulher, no Cemitério Municipal de Regente Feijó, como do homem, no Cemitério de Indiana.

Uma das vítimas é Vanderlei dos Santos, de 52 anos. O desemprego fez com que ele recorresse à coleta de recicláveis para levantar um dinheiro com a revenda. Morador em Regente Feijó, o homem seguia todos os dias até o aterro, em Indiana, para fazer o recolhimento de objetos. Vanderlei morava em Regente Feijó com a esposa, de 48 anos, e com os filhos, de 25 e 29 anos.

O sobrinho da vítima, Vagner dos Santos, afirmou que os buracos onde o lixo era jogado foram cavados de forma a evitar deslizamentos de terra – em ângulos de 45 graus.

Neste, onde o tio morreu, foi cavado com as paredes retas – em ângulo de 90 graus – e, por isso, na opinião do sobrinho, ocorreu o deslizamento.

A coleta era permitida pela Prefeitura de Indiana. Segundo Vagner, um funcionário abria o portão que dava acesso ao terreno pela manhã e fechava à noite.

Já a mulher que também morreu no soterramento, Aparecida Leonice dos Santos, de 50 anos, ia diariamente ao aterro para recolher materiais. Moradora em Regente Feijó, o trajeto até Indiana era feito diariamente no próprio carro. Viúva, Aparecida agora deixa três filhos, de 26, 29 e 32 anos.

Um deles, Thiago Pereira de Sousa, de 29 anos, também acha que o município tem responsabilidade pela segurança das pessoas trabalhavam por lá.

Prefeitura

A assessora jurídica da Prefeitura de Indiana, Adriana Tafarelo, informou que o aterro está em situação regular e que o local estava cercado, com porteira,cadeado e placa de advertência sobre a proibição de entrada de pessoas sem autorização.