Plantões "fantasmas" derrubam secretário de Esporte o coordenador de Saúde

SOROCABA - A semana começou e o escândalo da saúde no estado de São Paulo continua. O surgimento de novas denúncias comprometem ainda mais os acusados de participar de um esquema de fraudes no Conjunto Hospitalar de Sorocaba. O Ministério Público pediu a prorrogação da prisão temporária dos acusados e quer derrubar o habeas corpus que garantiu a liberdade ao ex-diretor do Conjunto Hospitalar, Heitor Consani.



Oito acusados estão detidos no quartel da Polícia Militar nesta segunda-feira (20) termina o prazo das prisões temporárias, mas os promotores pediram à justiça a prorrogação. Heitor Consani, que era diretor do Conjunto Hospitalar até quinta-feira passada, deixou a prisão no sábado porque conseguiu um habeas corpus. O Ministério Público tenta reverter esta decisão.



As escutas, autorizadas pela justiça, revelam que as fraudes nos plantões eram consideradas pela direção do Conjunto Hospitalar normais. Antonio Carlos Nasi, que já foi diretor de saúde da região de Sorocaba ensina o que Heitor Consani precisa fazer para não ter problemas com a justiça.



Os grampos também derrubaram dois homens de confiança no alto escalão do Governo de São Paulo. Ricardo Tardeli, era coordenador estadual de saúde até a manhã desta segunda-feira, quando um trecho da conversa foi divulgado. Tardeli deixa evidente que as fraudes nos plantões aconteciam em vários hospitais do estado.



Quem também pediu demissão por causa das escutas foi o neurocirugião Jorge Pagura. Até ontem era secretário estadual de Esportes, mas se demitiu do cargo. De acordo com os promotores Pagura recebeu dinheiro e não fez os plantões.



A secretaria de Saúde determinou uma auditoria em todos os hospitais do estado de São Paulo para verificar a extensão das fraudes. Além disso, deu prazo de 90 dias para que os hospitais instalem o ponto eletrônico exclusivamente pra quem faz plantões. Quem depende dos hospitais públicos vive um drama a cada dia.