Polí­tica

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Cardoso teria tomado calote de R$ 1,5 mil de Vacarezza

Assessoria de deputado diz que é vítima de chantagem

OSVALDO CRUZ - O ex-vice-prefeito de Osvaldo Cruz, Otávio Aparecido de Sá, o conhecido Cardoso, teria tomado um calote de R$ 1,5 mil do deputado federal Cândido Vacarezza (PT). Cardoso é um dos personagens que teria sido fraudado em campanha eleitoral do ano passado e que moram na Alta Paulista em decorrência da campanha do deputado no ano passado.

O deputado estaria devendo R$ 270 mil a um engenheiro com quem fez dobradinha em Marília, R$ 20 mil ao PT de Marília e R$ 60 mil a um empresário de Tupã, além de outras dívidas menores com outras pessoas da região. O deputado nega as acusações e vê "chantagem" no episódio.

No caso de Cardoso, o ex-vice-prefeito de Osvaldo Cruz disse ao Estado que ficou uma dívida de R$ 1.500 reais e que não pretende fazer nada contra Walter, Thiago ou Vaccarezza. É militante do PT e já foi vice-prefeito da cidade. Diz que trabalhou distribuindo panfletos.

Pivô é ex-secretário de governo de Tupã

Cardoso pode estar certo. Em todas as cidades em que há a denúncia de calote, a história é bastante parecida. O economista Walter Bonaldo Filho, definido pelas pessoas ouvidas pela reportagem como "organizador" da campanha do deputado para a região, contratou pessoas e serviços que depois não foram pagas. Bonaldo, segundo ele mesmo, é amigo pessoal de Vaccarezza há 17 anos e é filiado ao PMDB. Ele nega que tenha deixado dívidas e atribui as denúncias a briga interna do PT.

Bonaldo foi secretário de Finanças de Tupã entre janeiro de 2009 e agosto de 2010, no governo de Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB), de acordo com o Estadão.

O ex-secretário de Finanças de Tupã, Walter Bonaldo (PMDB), negou que tenha dado calote em dívidas de campanha do deputado federal Candido Vaccarezza (PT), atual líder do governo na Câmara. Bonaldo confirmou que fez articulações políticas na região para ajudar o deputado, mas disse que nem ele nem o deputado trataram de dinheiro com ninguém. "O que existe tá escrito na prestação de contas. Quer ver a história? Prestação de contas. O resto fica pela maldade da política", diz.

O empresário Paulo Madureira, que cobra R$ 60 mil de Bonaldo e Vaccareza, é classificado pelo ex-secretário de Tupã como "louco". "O Vaccarezza é líder do governo, os caras acham que podem extorquir. Se eu te contar a história desse caboclo aqui em Tupã você vai ficar horrorizado. O cara é envolvido com droga, brigou no carnaval aqui com o filho dele", afirma. "Agora, eu não posso chegar e falar pro cara... Já "tomou tinta" (perdeu processo na Justiça). Ele pode falar que deve 20, que deve 30... Eu posso falar que é mentira, fica uma palavra contra a outra... Ele está fazendo isso pq tá com dificuldade financeira", acrescenta.

Vacarezza diz que é vítima de chantagem

O líder do governo na Câmara, deputado Candido Vaccarezza (PT), negou que tenha dado calote em dívidas de campanha na região. "Isso não é verdade", afirmou. Vaccarezza classificou as denúncias feitas contra ele como "chantagem". "Não vou aceitar nenhum tipo de chantagem", disse.

Vaccarezza confirmou ser amigo de Walter Bonaldo (PMDB), mas disse que o ex-secretário de Finanças de Tupã não trabalhou para ele na campanha. "Ele me apoiou, apoiou outros candidatos. Ele é meu amigo", declarou. Segundo as pessoas ouvidas pela reportagem, Bonaldo seria o responsável pela campanha de Vaccarezza na região de Alta Paulista, e teria contratado pessoas que acabaram não recebendo depois.

"Ele não é do PT, nem era da coordenação da minha campanha. Ele me apoiou no lugar que ele foi secretário, que foi em Tupã", declarou o deputado. "Não trabalha comigo, nunca trabalhou comigo", acrescentou.

O deputado disse ainda que Thiago Sousa não trabalhou em sua campanha, mas que agora ele é seu assessor. Thiago foi citado pelas pessoas ouvidas pela reportagem como sendo um dos organizadores da campanha de Vaccarezza para a região e é sobrinho do vereador Antonio Alves de Souza, o Ribeirão (PP).

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