Polí­tica

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Álvaro Cabeleireiro está sob investigação sobre compra de casa para idosos na cidade

Vereador dispara contra órgãos de Assistência Social do município

OSVALDO CRUZ - O fato político da semana em Osvaldo Cruz envolve o vereador Álvaro Bellini (PROS) e órgãos da área de Assistência Social do município, leia-se CREAS (Centro de Referência Especializada em Assistência Social) e o próprio Serviço de Obras Sociais (S.O.S.) local. De certa forma, envolvem também o prefeito Edmar Mazucato (PSDB).

A questão tem como pivô um casal de idosos que vivia numa propriedade rural de Osvaldo Cruz ao lado de um dos filhos, segundo o vereador, em condições sub humanas.

Na sessão camarária da última segunda-feira, 15, o vereador conhecido como Álvaro Cabeleireiro, usou de explicações pessoais na Câmara Municipal e acusou a assistente social do Creas, Maria Aurora Cavalcante Uranga e a presidente do S.O.S., Eliana Mazucato, de negligência no atendimento aos idosos.

"Eu fui com o prefeito Mazucato e a Aurora no sítio do senhor Aurélio [não forneceu o nome completo do idoso] e lá havia a necessidade de se fazer um banheiro. O seu Aurério tinha condições [financeiras] de fazer o banheiro. O prefeito Mazucato explicou que não podeia investir dinheiro público em propriedade particular. Já a Aurora, coordenadora do Creas, disse que o seu Aurélio e a esposa dele e um filho estariam vivendo em condições como se fosse um 'chiqueiro de porco", detonou o vereador Álvaro ao reforçar que o Creas deveria ter tomado providências para resolver o problema da família, mas não foi feito nada.

Compra de casa sob investigação

O mesmo vereador confirmou que, com a autorização de um dos idosos (no caso o senhor Aurélio), teria intermediado juntamente com um corretor de imóveis da cidade a compra de uma casa para que a família fosse removida da propriedade rural onde vivia.

O preço pago pelo imóvel, segundo Álvaro Cabeleireiro, foi de R$ 154 mil e houve a compra de uma residência na rua José Maria Lopes nº 205 no Conjunto Álvaro Campoy e a compra foi a vista com pagamento mediante transferência bancária do idoso para o vendedor da residência. Em entrevista à Rádio Clube, o vereador confirmou que a escritura pública da residência foi passada tendo como valor venal R$ 40 mil.

"Um filho do seu Aurélio me ligou e disse 'troca a chácara do meu pai e passa a casa no meu nome'. Eu disse que jamais seria capaz de fazer isso porque 'vocês são em quatro irmãos e o seu pai é o proprietário da chácara', acrescentou o vereador Bellini.

A família do idoso foi transferida da propriedade onde morava em condições precárias para a nova casa na cidade.

O problema é que o vereador Álvaro também confirmou que levou para a propriedade rural uma outra família e que o local não ofereceria condições de habitação. 

"Fui denunciado ao Ministério Público pelo Creas e por um dos filhos do seu Aurélio e eu estou sendo taxado como 'ladrão'. Eu tomei providência porque nem ela e nem a primeira dama tomaram", completou o vereador Álvaro.

Prefeito responde

Em resposta às críticas do vereador, o prefeito Edmar Mazucato veio a público e defendeu os técnicos da área social,  afirmando que quem tem que ser investigado é Álvaro Cabeleireiro e que uma denúncia formal foi feita ao Ministério Público local.

Segundo Mazucato chegou ao conhecimento dos órgãos de assistência social do município reclamação de um dos filhos dos idosos removidos da zona rural quanto a forma como foi comprada a casa no Conjunto Álvaro Campoy.

"Quando fomos comunicados sobre a situação da família fui pessoalmente até o local e realmente constatamos que as condições de vida eram precárias. O vereador queria que nós construíssemos um banheiro com dinheiro público e eu expliquei que isso não era possível. Chamei a técnica do Creas, no caso a assistente social Maria Aurora, para que todas as providências fossem tomadas. Começamos a trabalhar dentro da lei, mas antes que a situação fosse resolvida, o vereador comprou uma casa na cidade e retirou a família da propriedade", afirmou o prefeito Edmar Mazucato.

E completou. "Recebemos uma reclamação de um dos filhos sobre essa transação e levamos o fato ao conhecimento das autoridades para apuração. Se o vereador roubou ou não, isso será apurado pela Polícia e pela Promotoria. Os filhos dizem que o saque do dinheiro da compra da casa foi feito ilegalmente. Agora o vereador tem que se explicar perante a justiça", disse Mazucato.

O prefeito acrescentou que a situação ainda se agravou porque Álvaro Cabelereireiro teria levado uma outra família da cidade para residir nas mesmas situações precárias encontradas pela família anterior na mesma propriedade.

 

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