Polí­cia

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Jovem assassinado em chacina é enterrado em Martinópolis

Sepultamento ocorreu na manhã desta segunda-feira (28). Ataques criminosos aconteceram em Carapicuíba em horários próximos

MARTINÓPOLIS - Maysson Miguel Caetano, de 19 anos, foi enterrado na manhã desta segunda-feira (28), no Cemitério Municipal de Martinópolis. Ele é uma das vítimas de uma chacina que deixou sete mortos, na madrugada do último sábado (26), em Carapicuíba (SP) , cidade onde morava há dois meses. Conforme a polícia, a possibilidade é de que os assassinatos tenham relação com a morte do policial militar, Adaílton da Silva Souza, no dia 19 deste mês, em uma operação na favela CSU. Um policial e um entregador, que faz bicos como segurança, e que é amigos de militares, foram presos suspeitos de participarem da chacina.

De acordo com uma amiga de Maysson, que preferiu ter a identidade preservada por medo de represálias, ela mantinha contato com o amigo por telefone e, antes de se mudar para a cidade paulista morou em Campo Grande (MS), onde trabalhou na colheita de melancia.

“Eu o conhecia desde criança e sempre conversávamos por mensagens. Ele dizia que estava bem e trabalhava, mas nunca soube em qual emprego ele estava”, conta. Segundo familiares, ele continuava com o trabalho no campo.

Ela relata que no momento do crime o rapaz estava bebendo com os amigos. “O bar ficava em uma vila, perto da casa dele, e ele estava com um grupo de amigos. Acredito que seja uma vingança, devido à morte de um policial semanas antes do crime. O que sabemos é que um outro policial sem farda passou com o próprio carro e atirou contra o grupo”, diz.
Segundo a amiga, Maysson tinha envolvimento com drogas.

“Depois que a mãe dele morreu, ele entrou para o mundo das drogas e, quando era menor, ele cometeu um roubo. Mesmo assim, ele era muito querido e os familiares estão muito abalados”, conta.

Chacina

Por volta das 3h30 de sábado (26), homens armados atiraram contra um grupo de pessoas na Rua Comendador Dante Carraro no bairro Aristom. Já o segundo ataque aconteceu por volta das 4h30, na Rua Diógenes Ribeiro de Lima. Na Rua Rio Branco, uma pessoa foi ferida, por volta das 5h30, com um tiro na mão. O último ataque foi às 5h45, na Rua Jaci.

A polícia trabalha com a hipótese de os ataques estarem relacionados em razão da proximidade dos locais, horários e da semelhança entre cartuchos encontrados nos quatro lugares. A investigação também trabalha com a possibilidade de vários autores terem participado dos crimes. Ao menos duas motos e dois veículos teriam sido usados pelos criminosos.

O assassinato do policial militar Adaílton da Silva Souza no sábado (19), durante uma operação na favela CSU, em Carapicuíba, também é uma possibilidade considerada pela polícia.

Suspeitos

Segundo a Polícia Civil, um soldado da polícia militar alegou ter sido baleado durante uma tentativa de assalto que teria sofrido por volta do mesmo horário em que os ataques ocorreram. Uma mulher, identificada como amante do policial, estaria com ele no momento do crime. A motocicleta dela teria sido roubada.

Os dois foram levados separadamente ao local do suposto crime e a mulher confessou que a história era mentira. "Eles disseram ter sido roubados, mas na verdade era um álibi. A moça confessou [que não sofreu assalto] e com o polícial apreendemos uma arma que pode ter sido usada na chacina", afirma o delegado do setor de homicídios do 1º Distrito
Policial de Carapicuíba, Andreas Scheffann. A motocicleta do policial também já foi localizada.

O suspeito ficou detido no 1º DP, mas por volta das 20h deste sábado foi transferido para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista.

A polícia prendeu mais um suspeito nesta segunda, trata-se de um entregador que faz bicos como segurança e que é amigos de policiais militares.

A Corregedoria da Polícia Militar informou que vai apurar a possível participação de outros policiais nos assassinatos.

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