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Por que o Snapchat será o próximo Facebook

É a rede social que (ainda) é divertida

INTERNACIONAL - Em 2013, uma rede social pouco conhecida chamada Snapchat (considerada por muita gente uma ferramenta de "mensagens sexuais" para adolescentes) recusou uma oferta de aquisição de 3 bilhões de dólares do gigante das mídias sociais, o Facebook. Quando a notícia da negociação frustrada veio à tona, muitos do setor de tecnologia simplesmente não conseguiram entender como os jovens fundadores do Snapchat poderiam ter esnobado a oferta.

Adiante o filme dois anos, e parece que o Snapchat está rindo por último. A rede social efêmera é hoje uma das queridinhas do mundo da tecnologia, com um valor de mercado de 15 bilhões de dólares e um total de 848 milhões de dólares levantados em investimentos de risco. Esses números fazem do Snapchat a quarta maior empresa em valor de mercado entre as que receberam investimentos de risco. Enquanto isso, seu presidente e co-fundador, Evan Spiegel, teria uma fortuna calculada em 1,5 bilhão de dólares.

Mas, para muitos céticos, uma pergunta chave ainda não foi respondida. Como uma rede social efêmera - na qual imagens e vídeos transmitidos desaparecem para sempre instantes depois de serem vistos - pode valer bilhões? Eis três razões que explicam o valor de mercado da empresa e por que ela vai continuar crescendo rapidamente:

É a rede social que (ainda) é divertida. Desde o começo, o Snapchat se propôs a ser um tipo de rede social diferente - menos criação e projeção de uma imagem perfeita ou de uma persona (à la Facebook), mais pura diversão. Os usuários do aplicativo enviam "snaps" (fotos e pequenos vídeos) para um ou mais amigos, ou então "matérias" (conteúdos mais longos, que expiram depois de 24 horas).

Como todos os snaps (segundo a empresa) desaparecem para sempre depois de serem vistos, os usuários podem ser espontâneos - como na vida real -, sem medo de deixar um rastro digital que os assombre durante anos. Além disso, como há poucos filtros ou funcionalidades de filtragem, os snaps tendem a ser crus - e inerentemente mais autênticos.

Finalmente, ao contrário das outras redes sociais, o Snapchat não permite "curtidas", compartilhamentos ou comentários nos snaps. A ideia do aplicativo não é criar um concurso de popularidade entre os usuários nem uma disputa para ver quem tem mais seguidores. Os usuários postam livremente (sim, às vezes livremente demais) porque sabem que não vão ser vítimas dos trolls que infestam as outras redes. E eles também têm um bom grau de certeza de que seus snaps não vão cair nas mães de papai ou mamãe (ou de vovô e vovó).

Estamos só no começo. No mês passado, 40 milhões de pessoas sintonizaram a transmissão ao vivo do festival de música Coachella - no Snapchat. (A transmissão consistia de uma curta montagem de vídeos feitos pelos usuários e editada pela equipe do Snapchat.) Compare com o Grammy, em janeiro, que teve uma audiência de apenas 24,8 milhões de pessoas pela TV.

Esses números sugerem uma tendência maior: mídias tradicionais como a TV estão perdendo popularidade entre as gerações mais jovens. Uma pesquisa recente da Deloitte, por exemplo, mostrou que os millenials entre 14 e 25 anos agora se informam igualmente pela TV e pelas mídias sociais.

Se o sucesso do streaming ao vivo do Snapchat é um indicador, a empresa tem tudo para se tornar um player importante como provedor de conteúdo. Ou talvez já o seja. No começo do ano, o Snapchat lançou o Discover em parceria com empresas de mídia conhecidas como CNN, Yahoo, VICE, National Geographic e outras. O Discover é uma série de "canais" nos quais cada um dos parceiro posta uma seleção diária de notícias. Os usuários recebem informações sem ter de sair do aplicativo.

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