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Sob sigilo: Jair defende treinos fechados no Santos e diz que tática funciona

Ao GloboEsporte.com, técnico se esquiva de perguntas, mantém mistério, mas garante ofensividade do time

O técnico Jair Ventura em sua sala no CT Rei Pelé (Foto: Laura Fonseca) O técnico Jair Ventura em sua sala no CT Rei Pelé (Foto: Laura Fonseca)

SANTOS - Na última sexta-feira, o técnico Jair Ventura iniciou o aquecimento dos jogadores do Santos por volta das 16h. Cerca de 20 minutos depois, pediu que a imprensa deixasse o local. Nada aconteceu em campo até que o último jornalista deixasse o CT Rei Pelé e o portão fosse fechado.

Uma rotina na primeira semana de trabalho do treinador, contratado para comandar a equipe nesta temporada. O mistério é arma recorrente de Jair:

– Funciona muito. Eu sei que quando é o contrário, também me pega, me surpreende – disse ele ao GloboEsporte.com, em sua sala no CT santista.

Na mesa do escritório, algumas pranchetas. No fundo, uma lousa com o esquema dos treinos previstos para as atividades de dois dias antes. Tudo à mostra, mas nada a revelar. As pranchetas apontavam atacantes na defesa, sem qualquer sentido, e na lousa só havia a organização de trabalhos dados por seus auxilares.

Os cadernos estavam fechados, e assim ficaram. Talvez neles estivessem as respostas das perguntas que Jair se esquivou de responder.

Jair, você já definiu o time? “Isso não posso te falar”. Jair, você vai iniciar a temporada com o mesmo esquema que o Santos utilizou em 2017? “Nem tudo eu posso responder. Algumas coisas a gente está mudando, mas não posso falar”.

Será necessário esperar até a próxima quarta-feira, dia 17, quando o Santos estreia no Campeonato Paulista contra o Linense, para ter noção do que o técnico está preparando.

O treinador de 38 anos, criado no Botafogo, onde fez sucesso ao levar um time desacreditado à Libertadores de 2017, insiste não ter nada contra a imprensa. Teme, apenas, que seus rivais saibam mais do que devam sobre sua equipe. E conta uma história:

– A gente estava num curso da CBF (em dezembro), e eu estava conversando com o Carille. Ele falou assim: “Eu não escondo o treino para a imprensa”. Depois, num bate-papo, ele contou: “Vocês (Botafogo) deram muito trabalho para a gente, você veio com a equipe toda alternativa, se eu soubesse eu não tinha ido com aquele time” – relatou o hoje santista.

– Eu respondi: “Por isso que eu fecho treino e você não” – completou Jair, rindo, sobre o jogo em que, mesmo assim, acabou derrotado por 1 a 0, em Itaquera, em jogo do Brasileiro em que o Botafogo, às vésperas de uma partida na Libertadores, usou seus reservas.

O treinador do Santos insiste na sua tese:

– Quando você sabe o sistema de jogo do adversário, muda muito, principalmente o encaixe da marcação. Por isso vamos sempre fechar o treino.

E se colocarem um drone sobre a sua cabeça, Jair?

– E botaram, né? Pegaram as nossas jogadas. Mas vamos lá... – respondeu o treinador, claramente incomodado.

No ano passado, a ESPN revelou que o Grêmio utilizava drones para espionar os treinados fechados de adversários. O Botafogo, ainda treinado por Jair, foi uma das vítimas.

– Eu prefiro não comentar, foi uma decisão do nosso adversário – disse, questionado sobre sua opinião.

Ele faria o mesmo?

– Prefiro não comentar, não quero entrar em detalhes – insistiu.

Apesar de não entregar muitas informações do Santos que comandará em 2018, Jair repetiu discurso que tem utilizado desde sua chegada à Vila Belmiro, de que o time será ofensivo, como prega a tradição alvinegra:

– Para os que estão preocupados se a equipe do Santos será ofensiva, podem ficar tranquilos, vai ser extremamente ofensiva, mas equilibrada, competitiva, tática, sem tirar as individualidades.

Ainda que o técnico não confirme, o mais provável é que o time contra o Linense tenha poucas alterações com relação ao que terminou 2017.

Sem Lucas Lima e Ricardo Oliveira, que deixaram o clube, a escalação deve ser a utilizada em jogo-treino contra a Portuguesa Santista, na última quinta-feira.

Nos primeiros 45 minutos, jogaram Vanderlei, Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Romário, recém-contratado; no meio-campo, Renato e Alison como volantes, e Vecchio na meia; o ataque teve Copete na direita, Bruno Henrique na esquerda e Rodrigão centralizado.

 

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