Esportes

27881

Repercussão negativa faz Aidar tirar namorada de negociações do Tricolor

"Querem denegrir imagem da administração", esbravejou presidente tricolor, cuja parceira receberia comissão por negócios do clube

SÃO PAULO - Muito irritado com a repercussão da notícia de que sua namorada, Cinira Maturana, tem contrato para receber comissão nos negócios que ela levar para o clube (divulgada pelo jornal Folha de São Paulo), o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar convocou uma coletiva na tarde desta quarta-feira, no Morumbi, para explicar a natureza do contrato.

Ele confirmou que Cinira participava de algumas negociações em nome do clube e garantiu que não havia nada de errado nisso. No entanto, resolveu acabar com a participação dela para evitar novas polêmicas

- A Cinira está desautorizada e não vai procurar mais nada para o São Paulo. Não acho justo que continue agora que é minha namorada - disse, logo após coletiva. Durante a entrevista, ele havia dito que estava considerando rescindir o contrato, mas que queria conversar com ela antes. Depois, resolveu tomar a atitude.

Em alguns momentos da coletiva, Aidar mostrou-se transtornado e chegou a bater na mesa, esbravejando.

- Estou tomado de indignação por colocações absurdas que estão sendo colocadas. Querem denegrir a imagem dessa administração e não vão conseguir - afirmou.

Aidar negou que o contrato do clube com sua namorada representasse um conflito de interesses:
- Eu fui ao Conselho e disse que existia um contrato entre São Paulo Futebol Clube e Cinira Maturana. O contrato está aqui e foi assinado em maio desse ano. O documento não é diferente de inúmeros que o São Paulo e qualquer clube têm no futebol. Qualquer um dos senhores que trouxer negócios, independentemente de quem seja, ganhará comissão de 20% - afirmou.

Segundo Aidar, Cinira prospectou uma série de novos negócios para o São Paulo, mas nenhum deles se concretizou.

- Ela trouxe a (fornecedora de material esportivo) Puma, mas as condições comerciais não eram as melhores para o São Paulo e não aceitamos. Ela não ganhou nada por isso - continuou. O São Paulo acertou em uma empresa americana por R$ 135 milhões.

Quando assumiu a presidência, em abril, Aidar nomeou a filha, Mariana, como uma de suas assessoras. Diante de denúncias de que ela também estaria levando comissões em negócios relativos ao futebol, Mariana pediu demissão.

Ataques a Juvenal Juvêncio

A notícia da comissão ocorre num momento conturbado do Tricolor na temporada. A expectativa do clube é de um déficit de R$ 53 milhões em 2015 - com previsão de receber R$ 284,4 milhões e débitos estimados em R$ 337,4 milhões. O orçamento foi aprovado em reunião do Conselho do São Paulo, na noite de segunda-feira, quando o ex-presidente Juvenal Juvêncio e o atual mandatário entraram novamente em rota de colisão. Juvenal Juvêncio retrucou todos os ataques sofridos por Aidar, eleito com seu apoio no mês de abril.

Durante a coletiva desta quarta, Aidar voltou a atacar o antecessor, que deixou o clube com dívidas. Aliás, depois de comentar o contrato com sua namorada, Aidar passou a atacar seu antecessor e a conselheiros ligados à antiga gestão.

- Estou aqui com o balanço de 2013, que as pessoas falavam que tinha superávit. Mentira. Está aqui, R$ 92,8 milhões de dívidas bancárias. Apresentamos o orçamento de 2015 com o déficit de R$ 52 milhões porque essa é a realidade. Não posso prometer o que não posso cumprir.

As desavenças com seu antecessor continuam dominando a conversa:

- No meu escritório, ninguém tem ciúme. Por que tem isso? Por que esse apego à cadeira do presidente? O São Paulo mudou. Não é melhor, maior que ninguém. É diferente.

Aidar também atacou outros desafetos, além de Juvenal Juvênio:

- Eu me contive na reunião (do Conselho Deliberativo) de segunda-feira. Vi três cidadãos subirem no palco para fazer discurso. Um deles levou a bíblia e falou de Judas Iscariotes.
Esse cidadão presta serviços ao São Paulo, recebe honorários. Era assessor do presidente e recebia. Do mesmo jeito que o vice-presidente que renunciou (Roberto Natel) vendia gasolina ao São Paulo - acusou.

Dê sua opinião

Não serão aceitas mensagens com conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade, ou que desrespeite a privacidade alheia;


Comentários
 
 
 
Fechar
Rádio Califórnia Rádio Clube Rádio Max Rádio Metropole