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28744Enderson divide gerações no Santos e coloca garotos na reserva
Técnico aposta em medalhões no time titular, que tem média de idade com seis anos a mais do que a dos suplentes
SANTOS - Conhecido como um dos maiores – para muitos, o maior – celeiro de jovens atletas do país, o Santos tem reservado lugares para os garotos apenas no banco de suplentes. Os novatos têm bastante espaço no elenco, mas ainda não convenceram o técnico Enderson Moreira de que podem atuar como titulares da equipe no Campeonato Paulista.
Dos 28 inscritos no torneio estadual, 13 têm 22 anos ou menos – só um, o atacante Geuvânio, é considerado dono de sua posição.
Todos os outros veem medalhões ocupar lugares que poderiam ser seus. A média de idade daquele que é considerado o time ideal atualmente é de 28,3 anos, bem superior à média de idade dos outros 17 reservas, 22,3 anos. São duas gerações no elenco do Peixe.
A receita de Enderson tem dado resultados. O Santos é líder do Grupo 4 do Paulista, com 17 pontos, e está invicto na temporada. Neste domingo, contra o Botafogo, em Ribeiro Preto, a suspensão de dois veteranos deve, provavelmente, valer a escalação de dois jovens. Robinho, 31, e David Braz, 27, levaram o terceiro cartão amarelo contra o Linense, e Gabriel, 18, e Gustavo Henrique, 21, são os favoritos para ficarem com essas vagas.
O zagueiro começou o ano entre os titulares, mas perdeu lugar para Werley, 26, contratado recentemente do Grêmio. Ele pretende, ao menos, colocar uma dúvida na cabeça do treinador.
– Acho que ele (Enderson) sabe o que está fazendo. Se colocou o Werley, eu tenho que respeitar e procurar fazer o melhor. Mas vou lutar para tentar reconquistar meu espaço – disse Gustavo Henrique.
Gabriel tem sido alvo de questionamentos do técnico, que exige que a jovem estrela da base santista colabore também com a marcação no time. O lugar que lhe pertencia no passado hoje é ocupado por Ricardo Oliveira, 34, que fez só um gol até aqui na temporada.
– Estamos mostrando que jogadores acima dos 30 anos correm. Oportunidades aparecem e estou aproveitando a minha. Para jogar, vai ter que ser melhor que eu – afirmou o centroavante titular.
Na última terça-feira, em entrevista à Rádio Bandeirantes, Enderson criticou os jogadores em formação.
– Alguns atletas se acham mais do que são. Não conquistaram nada, não são referências e ainda têm muita coisa para caminhar. Já que muitos pensam em jogar fora, na Europa, eles precisam melhorar essa qualidade de jogar em equipe – declarou.
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