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De quarta força a senhor dos clássicos, Jô simboliza o Corinthians na final

Assim como o time, atacante sofreu com a desconfiança, viu rivais serem mais valorizados, mas conseguiu triunfar e chegar à decisão do Paulistão

Com nova personalidade, Jô assumiu papel de protagonista no Corinthians (Foto: Marcos Ribolli) Com nova personalidade, Jô assumiu papel de protagonista no Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)

CORINTHIANS - Pelos gols marcados em 2017, Jô chega ao primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, domingo, às 16h, em Campinas, contra a Ponte Preta, como o principal nome da campanha do Corinthians.

O momento do clube e do centroavante, aliás, misturam-se, na medida em que ambos acabaram com os pré-julgamentos de "quarta força" da capital. Enquanto o Timão deixou para trás São Paulo, Palmeiras e Santos, Jô superou Lucas Pratto, Borja e Ricardo Oliveira, artilheiros dos rivais que vinham sendo mais badalados do que ele até o seu desempenho avassalador nos clássicos.

A vitória profissional de Jô, que marcou sete gols em 24 jogos (cinco deles em cinco clássicos), passa muito pelo amadurecimento pessoal. Recém-chegado na casa dos 30 anos, o atacante iniciou sua preparação no Timão ainda em novembro. Enquanto os companheiros brigavam (e fracassavam) por uma vaga na Libertadores no Brasileirão, ele iniciou os trabalhos para diminuir o impacto físico no retorno do futebol chinês. O foco e o profissionalismo passaram a ser parte da rotina do novo Jô.

Com passagens por grandes clubes da Europa e uma Copa do Mundo no currículo, o atacante se perdeu ao longo dos 11 anos em que ficou longe do Corinthians. Tanto que, em 2014, quando defendia o Atlético-MG, Dario de Assis, pai do atacante, manifestou preocupação com o filho diante das repetições dos episódios que envolviam baladas, consumo de álcool e falta a treinos.

– Estou preocupado. Disse a ele para tomar cuidado, senão daqui a pouco a carreira dele vai ficar igual à do Adriano – disse seu Dario.

Jô não virou Adriano. Casado há dez anos com Cláudia, com quem tem um filho (Pedro), o jogador se apegou à família e à religião pouco depois disso para mudar de vida.

De volta ao Corinthians, passou a ser referência para os jovens que, assim como ele, saíam do terrão para o profissional.

Jogador mais novo a vestir a camisa do Corinthians e também a marcar um gol, quando tinha 16 anos, Jô sempre soube o quanto seria cobrado por gols em seu retorno do Timão. Em janeiro, durante o Torneio da Flórida, disse ao GloboEsporte.com que estava feliz pelo peso desta responsabilidade.

– Depois de terem passado grandes ídolos no Corinthians, como Ronaldo, Guerrero e Vagner Love, tenho de chamar a responsabilidade para mim – disse ele, empolgado com o retorno.

O primeiro gol saiu na quarta partida, já no Brasil, na estreia do Paulistão, contra o São Bento, em Sorocaba. E, antes do desempenho incrível nos clássicos, Jô ouviu o som das vaias em Itaquera ao desperdiçar pênalti na derrota por 2 a 0 para o Santo André, em Itaquera, em ato de impaciência.

Experiente, engoliu seco, trabalhou mais e levou o Corinthians à final do Paulistão.

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