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Cuca: Eu ainda não saí e não saio porque confio que o trabalho vai vingar

Técnico, que tem contrato até o fim de 2018, volta a dizer que não cogita pedir demissão

Cuca, em entrevista coletiva no Palmeiras na tarde desta terça-feira (Foto: Henrique Toth) Cuca, em entrevista coletiva no Palmeiras na tarde desta terça-feira (Foto: Henrique Toth)

PALMEIRAS - No dia em que viu a principal torcida organizada do Palmeiras exigir sua saída em manifesto divulgado na internet, Cuca surpreendeu e, quebrando o cronograma das entrevistas coletivas no clube, foi à sala de imprensa para participar de uma coletiva. O técnico minimizou as cobranças, negou que tenha multa rescisória, mas voltou a dizer que não cogita pedir demissão por "confiar no trabalho".

– Eu ainda não saí e não saio porque confio que o trabalho vai vingar. Acredito ainda que esses jogadores vão fazer grandes jogos e atingir a Libertadores no ano que vem. O Palmeiras vai se recuperar e vai disputar no ano que vem sua terceira Libertadores consecutiva. Confio nos jogadores – disse Cuca.

– A torcida faz protesto pede para eu sair, como pediu a saída do Alexandre (Mattos, diretor de futebol) outro dia. Eu falo aqui para a torcida: eu não saio. Fico até o fim. Seria fácil sair daqui e ir embora, cuidar da minha netinha. Mas não saio. Amo o futebol. Ontem, vocês me tinham como o segundo melhor treinador do país. Hoje, me acham o segundo pior. Não sou o melhor e nem o pior. Mas o momento não é bom. Mas vamos fazer as coisas acontecerem. Estamos trabalhando para isso – completou o treinador.

Cuca explicou o motivo de ter reunido os jogadores no centro de um dos campos da Academia de Futebol antes do treino da tarde desta terça-feira. A conversa foi na frente de toda a imprensa. Na quarta-feira, porém, as atividades serão fechadas aos jornalistas.
– O que falei (para os jogadores) foi o que estou falando aqui. Jogador tem de ter tranquilidade para jogar. Está faltando isso. E isso só vem com o resultado e os treinamentos – disse Cuca.

– Sábado é aniversário do clube e tudo o que mais queremos é vencer. E para vencer, temos de trabalhar em paz – completou o treinador, esperando uma vitória no clássico contra o São Paulo, domingo, às 16h, em casa.

Cuca foi questionado sobre Felipe Melo, que vem treinando separado do elenco há três semanas. O treinador afastou o volante por desentendimentos táticos e pessoais. Cuca não deu mostras de que pode vir a rever sua posição.

– O que eu fiz com o Felipe foi uma situação que, no momento, eu entendi como a mais cabível possível, não foi nada pessoal. Isso não cabe mais a mim resolver, mas sim para a diretoria. Vida que segue. Vamos tentar o máximo possível para as coisas irem melhor para o Palmeiras. O teor de vir aqui hoje é que não adianta achar um culpado. Se tivesse, era só tirar, pronto, acabou. Não é o presidente, Cuca, Alexandres, somos todos nós juntos. Só assim que vamos sair. Se tivermos a dor um do outro. A gente tem que estar junto, unidade.

Questionado sobre a mudança da diretoria do ano passado pra cá – Mauricio Galiotte sucedeu Paulo Nobre na presidência –, Cuca respondeu:

– Ano passado tinha o Paulo Nobre que era um presidente que tinha restrições com a imprensa e torcida dentro do planejamento dele, e ele foi vencedor. Hoje temos um cara que não é pior que o Paulo, é igual, é uma pessoa maravilhosa, com uma outra linha de gerenciar. Cada um tem um perfil. Os dois são grandes presidentes. O momento que você vive te deixa muito exposto, todos sabem que no Palmeiras, quando a exposição existe, não é pouca coisa. Quando se joga em um grande clube é assim. Só nos podemos viver o lado bom disso esse ano. Estamos treinando mais, falando menos, se condicionando melhor para as partidas. Estamos em quarto, se dermos uma arrancada podemos conseguir algo melhor.

Cuca afirmou não ter problemas de relacionamento com os jogadores.

– Uma coisa que eu falo, eu tenho um ambiente bom com eles, adoro estar com eles. Não tem um que eu possa dizer que eu não gosta, e acho que nenhum deixa de gostar de mim. O ambiente nosso é bom. Não podemos falar que aqui o jogador é chinelinho, está fazendo corpo mole, não é verdade. Não é por isso que os resultados não estão vindo. Não está acontecendo, não tem um motivo. O que a gente pode fazer? É trabalhar mais.

Sobre o clássico com o São Paulo e o trabalho de seus centroavantes, Cuca disse:

– É difícil eu falar do outro lado, nossos problemas já são muitos aqui. Com o Borja, a gente tem tido todo carinho, atenção, trabalho que precisa ter com ele. É uma pessoa do bem, torço muito para que as coisas possam evoluir para eles. Virar esse momento que ele vive, é isso que a gente espera dele. Clássico é sempre decisivo. Ele motiva a cidade, imprensa, torcida, diretoria, tudo. É um jogo bom de se jogar. O torcedor sabe a importância que ele tem.

Sobre momentos do São Paulo, em crise por estar na zona do rebaixamento, e Palmeiras, que vive momento conturbado apesar de estar na quarta posição, Cuca disse:

– As duas são situações ruins, são dois grandes clubes. Se você for falar pro são-paulino se ele queria estar na nossa pele, ele iria querer, porque estaria em quarto lugar.

E qual o objetivo do Palmeiras no ano? Cuca respondeu:

– Nós vamos buscar a vaga para a Libertadores, ela pode ser do quarto ao primeiro, que é mais difícil. A gente indo direto, pensando no primeiro lugar, é uma preparação que tem. É a terceira Libertadores seguida. Quem sabe ir buscar o título. Lamentamos ser eliminados. Não fizemos um jogo bom no Equador, isso nos custou.

Sobre a situação física e técnica de Moisés, Cuca explicou:

– Importante ter ele dentro de campo e pelo que significa dentro do grupo. O Dudu é outro, quer jogar porque quer jogar, está brigando com os médicos para jogar. Tamanha a vontade que eles têm. Por isso eu estou aqui, pra ninguém falar que o pessoal não está querendo. A gente vai conversar com os médicos, ver o que faz durante a semana para poder aproveitar. O Moisés já está adquirindo um ritmo de jogo, vai fazer uma partida melhor do que fez no domingo passado.
 

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