Contra Venezuela, Dunga tenta evitar pior início do Brasil nas eliminatórias

FORTALEZA - Em 1993, Dunga fazia parte do elenco que teve o pior início da seleção nas eliminatórias. Um empate contra o Equador e uma derrota para a Bolívia, a primeira na história da competição, fez a ida do Brasil para a Copa do Mundo de 1994 ficar em xeque.

O fim da história foi feliz. O time se classificou, Dunga virou titular e capitão, e o tetra foi conquistado. Mas aquele time, como o ex-volante e agora treinador da seleção costuma repetir, sempre sofreu com a desconfiança da mídia e da torcida.

Pule para 2015, e o cenário é bem parecido. Nesta terça (13), às 22h, em Fortaleza, contra a Venezuela, um tropeço fará a seleção igualar ou até superar seu pior início em eliminatórias, e a pressão sobre o trabalho do técnico e a desconfiança sobre esta geração irá aumentar –na quinta, o time perdeu na estreia para o Chile, 2 a 0.

"Estamos tentando buscar algo. Eu e minha comissão técnica não estamos dormindo direito tentando melhorar", disse Dunga, que apesar de toda a pressão aparentava estar bem humorado.

Mas nesta terça não terá sorriso. A derrota para o Chile escancarou a desconfiança com essa seleção, ainda sob o trauma da derrota por 7 a 1 para a Alemanha.

Torcedores, mesmo do Nordeste, tradicionalmente favoráveis ao time, estão ressabiados. Nesta segunda (12), com cerca de mil pessoas no treinamento, Cafu e Taffarel, membros da comissão técnica, foram mais tietados do que os jogadores do elenco.

Não vencer a Venezuela, que tradicionalmente é o time mais fraco das eliminatórias sul-americanas (único a não ir à Copa, por exemplo), deixará Dunga pressionado. Principalmente por criar mais um problema para seu chefe.

Marco Polo Del Nero, o presidente da CBF, não pretende ir a Fortaleza ver o jogo. Em meio a investigações de corrupção pelo Departamento de Justiça dos EUA e pela CPI do Futebol e tentando ajustar a Lei de Responsabilidade Fiscal no Futebol, o que ele menos quer é dor de cabeça com o time de futebol da CBF.

MISTÉRIO

O treinador não confirmou se fará mudanças no time. No treino de sábado, o técnico testou Filipe Luís no lugar de Marcelo, e Lucas Lima no de Oscar –além de Marquinhos, que deve atuar na vaga do machucado David Luiz.

Dunga ainda não poderá contar com o atacante Neymar, que cumpre sua última partida de suspensão.