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Com Cuca instável e Mattos sob pressão, Palmeiras tenta reencontrar rumo no ano

Queda precoce na Libertadores movimenta bastidores do clube. Verdão volta aos trabalhos nesta quarta-feira, com técnico e diretor bancados

Alexandre Mattos e Cuca em treino do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação) Alexandre Mattos e Cuca em treino do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)

PALMEIRAS - O quase sempre agitado ambiente do Palmeiras ganhou mais intensidade na última semana. Depois da eliminação nas oitavas de final da Libertadores, na quarta-feira passada, o Verdão passou a conviver com dias de pressão e instabilidade. É neste cenário que o time de Cuca volta aos trabalhos nesta quarta-feira à tarde, na Academia de Futebol.

Após dois dias de folga, o elenco alviverde se reapresenta e inicia preparação para a segunda rodada do segundo turno do Campeonato Brasileiro. No domingo, os palmeirenses recebem a Chapecoense na arena, às 19h (de Brasília).

No primeiro jogo depois da queda diante do Barcelona de Guayaquil, a Libertadores ainda foi assunto. O empate em 1 a 1 com o Vasco, em Volta Redonda, foi lamentado pelo gol sofrido nos minutos finais, mas também colaborou para a dor causada pela eliminação na competição sul-americana demorar um pouco mais a ser superada – já são dois jogos seguidos sem vitória no torneio nacional.

Pressão sobre Alexandre Mattos

No clube, o trabalho do diretor de futebol Alexandre Mattos voltou a ser questionado. O dirigente convive desde 2015 com críticas de conselheiros por causa dos gastos, mas isso acabou intensificado por causa da queda na Libertadores. O trabalho de Cuca também é questionado em seu retorno ao clube, já que o time ainda não tem uma formação ideal e alguns jogadores caíram de rendimento.

Depois de muita expectativa, o Palmeiras chegou ao mês de agosto longe da disputa do título do Brasileirão e eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores – no primeiro semestre, já tinha falhado no Campeonato Paulista. Isso gerou reclamações e até protesto formal de uma organizada.

O investimento feito em contratações como a de Borja, eleito melhor jogador da América do Sul em 2016, de Guerra, melhor da Libertadores do ano passado, e de Felipe Melo não se traduziram em bons resultados até agora.

Mesmo com números e desempenho bem abaixo do esperado, o presidente Maurício Galiotte já se posicionou publicamente em defesa ao trabalho de Mattos e do técnico Cuca. O mandatário, inclusive, apareceu em evento na sede social do clube na semana passada ao lado do dirigente, o que significou para alguns conselheiros como uma mensagem de força e prestígio.

O diretor de futebol também tem a confiança de Leila Pereira e José Roberto Lamacchia, conselheiros e patrocinadores do clube. A empresária até afirmou publicamente que repensaria o investimento em contratações caso o dirigente deixasse o clube antes do fim do seu contrato, que se encerra ao término da gestão de Galiotte, no fim de 2018.

Presidente banca "profissionalismo"

Mais presente no dia a dia palmeirense na Academia de Futebol e nas viagens, o presidente Maurício Galiotte mantém postura firme sobre os questionamentos que Alexandre Mattos e Cuca vêm sofrendo nos últimos dias. O dirigente abafa qualquer pressão externa e garante que o departamento de futebol e o comando da equipe não sofrerão mudanças.

– Alexandre Mattos participou de todo processo de reestruturação do departamento de futebol do Palmeiras e tem 100% da minha confiança, por isso segue normalmente seu trabalho. Temos um dos melhores elencos do país e o técnico campeão brasileiro. Esta estrutura será mantida – avaliou o dirigente, ao GloboEsporte.com.

– O conceito de profissionalismo na gestão não sofrerá qualquer mudança. O Palmeiras passou por um processo de reconstrução e agora está se sedimentando. Por isso, não abro mão dos profissionais para condução desse processo – acrescentou o dirigente.

Depois de ser o primeiro vice-presidente nas duas gestões de Paulo Nobre, Galiotte assumiu o clube em dezembro do ano passado em um momento quase raro na vida política palmeirense – houve apenas uma chapa candidata na eleição presidencial.

Neste ano, o próprio dirigente também conviveu com críticas e alguns questionamentos. A filosofia de trabalho, porém, segue a mesma linha de raciocínio dos últimos anos, segundo palavras do próprio mandatário alviverde.

– O Palmeiras é um clube administrado com responsabilidade em todas suas áreas e assim seguirá. Estamos realizando grandes investimentos, honrando nossos compromissos, fizemos nosso patrimônio líquido ser positivo depois de oito anos e vamos zerar a dívida do clube até o fim de minha gestão. É administração responsável, com gestão profissional e processos modernos que permitem que isso aconteça – afirmou Maurício Galiotte, que tem mandato até o fim de 2018.
Cuca tem objetivo claro

Na Academia de Futebol, Mattos defendeu o trabalho de Cuca e reforçou a permanência do treinador, que tem contrato até o fim do ano que vem. O comandante garantiu que o Palmeiras irá se classificar para a próxima edição da Libertadores e que permanece no clube "até o fim".

Com planejamento palmeirense para o presente e para o futuro, 2018 já é assunto entre comissão técnica e diretoria: o clube informou ao goleiro Fernando Prass a intenção de antecipar a discussão sobre a renovação e tem acerto verbal com o zagueiro Emerson Santos, do Botafogo.

Alvo de especulações sobre o seu futuro, o treinador afirmou que tem vontade de liderar a montagem do elenco, mas também disse que todo o trabalho será analisado no fim da temporada.

Vale lembrar que, mesmo com a conquista do título brasileiro, Cuca optou por sair, alegando problemas particulares, e, após cinco meses, estava de volta. Internamente, há a certeza de sequência da atual comissão técnica, pelo menos até o fim do Brasileirão.

 

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