Atrás do time ideal, Gomes muda a escalação do São Paulo pela nona vez

SÃO PAULO - Ricardo Gomes completa no próximo sábado contra o Flamengo a marca de dez jogos no comando do São Paulo desde que foi contratado para ser o substituto de Edgardo Bauza. Nestes 39 dias de trabalho, o treinador, em sua segunda passagem pelo clube, ainda está longe de encontrar a escalação capaz de fazer o time reagir em campo e se afastar da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Ele muda as peças e o esquema, mas nada funciona.

Nos nove duelos anteriores, o técnico repetiu apenas uma vez a escalação. Foi nas vitórias sobre Figueirense e Cruzeiro, disputados no Morumbi. No sábado, diante do vice-líder do Brasileirão, ele mudará os titulares pela nona vez, já que tem desfalques por lesão, atletas que voltam de contusão e vai também fazer uma mudança tática na equipe.

O esquema com três volantes, que vinha sendo utilizado até o jogo contra o Vitória, parece ter ficado no passado. Ricardo Gomes mantém o 4-2-3-1, mas coloca três peças ofensivas na linha de três antes de Chavez, ao contrário do que vinha acontecendo antes, quando Wesley jogava nesse setor. No treino que comandou na quinta-feira, no CT da Barra Funda, ele montou o setor com Kelvin aberto pela direita, Cueva centralizado e Carlinhos na esquerda. 

A opção por Carlinhos serve para dar mais força ao ataque pelo lado esquerdo, já que Mena não tem o costume de apoiar muito e também possui deficiência nos cruzamentos. Sem tanta obrigação de voltar a marcar, Carlinhos pode ser uma alternativa interessante de jogo para um time que tem o segundo pior ataque da competição, com apenas 27 gols marcados em 27 partidas. O principal jogador do setor, Chavez, não marca gols há quatro jogos.

Quem pode ser uma alternativa ofensiva importante é Jean Carlos, que finalmente fará sua estreia pelo Tricolor. Contratado junto ao São Bernardo, o atleta que disputava o Campeonato Brasileiro da Série B pelo Vila Nova é um meia armador, que joga centralizado e poderá, por exemplo, auxiliar Cueva na armação das jogadas. O peruano, que é destaque nesse tipo de jogada, fica sempre sobrecarregado, já que os volantes do São Paulo pouco contribuem ofensivamente.

Ricardo Gomes precisa acertar o time até para ter mais tranquilidade no dia a dia. A rejeição ao seu trabalho cresce a cada dia nas redes sociais. Nos jogos, ele é sempre muito criticado. E ele não é unanimidade nem na própria diretoria. Em recente entrevista, o diretor executivo, Marco Aurélio Cunha, não garantiu a permanência do treinador em 2017. Vale lembrar que seu contrato é aberto, ou seja, não tem prazo previsto.

A quatro pontos da zona de rebaixamento da competição nacional, o São Paulo voltar a jogar no Morumbi depois de três jogos como visitante. No período, o Tricolor sofreu duas derrotas no Brasileirão (Atlético-PR e Vitória) e venceu o Juventude por 1 a 0 na partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, mas o resultado não foi suficiente e eliminou o time.