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Rafael Marques revela agressões na China e festeja ter ficado no Palmeiras

Meia-atacante diz que não indicaria para amigos seu ex-clube, onde via treinador bater em jogador: "Eu não quero para uma pessoa a mesma coisa"

PALMEIRAS - O Palmeiras seguiu a contramão da tendência do futebol brasileiro neste início de temporada. Enquanto muitos clubes sofreram com o assédio dos clubes chineses, o Verdão conseguiu acertar a permanência do meia-atacante Rafael Marques por mais duas temporadas. E a opinião do jogador foi fundamental para o desfecho positivo na negociação com o Henan Jianye.

Em 2014, o atleta acertou com o clube chinês após se destacar pelo Botafogo. Mas a experiência não foi nada agradável para o palmeirense. Tanto que ele não indicaria a um amigo uma transferência para o seu clube.

– Ainda na China, deixei bem claro para os meus procuradores que, se dependesse de mim, qualquer amigo meu, neste clube onde estava não iria. Eu passaria a verdade, a real do clube. Quando fui contratado, perguntei se tinha estrangeiro e falaram que não, para não passar nenhuma informação. Sendo que havia três, e um angolano que falava português. Eu ia falar a real para os meus amigos. Não sei se teve sondagens aqui, mas, se me perguntassem, eu falaria a verdade. Foi uma coisa ruim que passei – disse o jogador, antes de citar um episódio que o marcou na China.

– Agressão no vestiário, de treinador em jogador. Isso é uma coisa que não aceito, não é certo. Me incomodou muito, vi duas ou três atitudes como essa. Entrava no vestiário, ainda trocado, e procurava sair. Esperava acalmar entre os chineses para eu poder tomar meu banho, esfriar a cabeça e voltar a hotel.

Em 2016, Corinthians e Santos perderam jogadores para clubes chineses. Apesar do grande investimento, inclusive em treinadores – Felipão, Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo estão no país asiático –, Rafael Marques vê a necessidade de uma evolução profissional no país.

– Se eles estiverem com a cabeça aberta, levar profissionais de comissão, sim (pode melhorar). Vai levar um tempo, não chega ao nível de Japão e Coreia. É uma cultura diferente, tem o jeito deles de agir meio que de ditador, querer comandar do jeito que eles querem. Não basta ter dinheiro. Se não tiver a mentalidade aberta de querer evoluir, pode levar os melhores jogadores do mundo que não vai mudar – disse o meia-atacante.

Com 15 gols, Rafael Marques fechou 2015 como vice-artilheiro do Palmeiras. Aos 32 anos e com contrato até o fim de 2017, ele fala em escrever seu nome na história alviverde, principalmente com a possibilidade de disputar o título da Libertadores, e sem sonhar com uma nova experiência no exterior.

– O pessoal fala que estou na contramão do futebol. Eu vejo o contrário. Tive projeto de voltar ao Brasil em 2012, fazer meu nome aqui, jogar o campeonato mais competitivo do mundo. Para lá não gostaria de voltar. Não era o tipo de trabalho que sempre procurei, o trabalho profissional.

– O pessoal se apresentou no dia 6, eu não estava junto. Mas deu tudo certo. Hoje estou aqui, feliz demais. Vou procurar realizar meu sonho, que é brigar pelo título da Libertadores. Foi um dos objetivos que me fizeram voltar ao Brasil – afirmou Rafael Marques.

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