Economia

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Sabesp propõe aumento total da tarifa da conta de água de 22,7%

Revisão extraordinária de 13,8% concedida pela Arsesp garante o equilíbrio econômico, mas não o financeiro

ESTADUAL - Quatro meses após o último reajuste, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quer aumentar em 22,7% a tarifa de água e esgoto, a maior alta em 15 anos. O índice pleiteado pela estatal para repor os prejuízos causados pela crise hídrica é quase o dobro dos 13,8% autorizados previamente pela agência reguladora e discutido nesta quarta-feira, 15, em audiência pública. Entidades ligadas à defesa do consumidor, do meio ambiente e à indústria afirmam que as duas propostas são abusivas.

Segundo a Sabesp, além da reposição pela inflação, de 7,8%, o índice proposto leva em consideração a queda do volume faturado com água e esgoto em 2014 (-2,2%) e a projeção até 2016 por causa da crise, além do aumento de despesas com energia elétrica, cujas tarifas também foram reajustadas por causa da estiagem. Os dois itens representam alta de 13,82% na tarifa. A empresa afirma não repassar aos consumidores custos relativos ao aumento de investimentos nem à concessão do bônus para quem economiza água, que teve impacto de R$ 376,4 milhões nas contas de 2014.

Para Rui Affonso, diretor econômico-financeiro e de relações com investidores da Sabesp, o reajuste de 13,8% autorizado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) não garante o equilíbrio financeiro da empresa. “O que propomos para a Arsesp e estamos pleiteando de boa fé é o que achamos que é o necessário para continuar prestando os serviços que a população exige”, disse. “Nós precisamos atravessar 2015 sem rodízio, sem interrupção das obras e sem complicar mais a vida do consumidor.”

Por causa da crise, a Sabesp registrou uma queda de 6,7% na receita operacional em relação ao ano anterior e de 53% no lucro. Levantamento feito pelo Estado mostra que em 14 meses a crise hídrica custou ao menos R$ 1 bilhão aos cofres da estatal, incluindo também os gastos com obras emergenciais, campanhas publicitárias e tratamento com água. De acordo com Affonso, se a situação financeira da empresa melhorar, a tarifa poderá ser reduzida.

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