Peças da Petrobras que valem R$ 16 milhões ficam presas no Rio Paraná em Epitácio

PRESIDENTE EPITÁCIO - Uma balsa com peças da Petrobras que iriam para a construção de uma usina de fertilizantes nitrogenados no Mato Grosso do Sul, está parada há seis meses no Rio Paraná, em Presidente Epitácio. Isso ocorre por conta de um impasse entre a estatal e a empresa responsável por comprar e transportar os equipamentos.As peças deixadas às margens do rio foram importadas por R$ 16 milhões. Elas são destinadas para a construção da usina responsável por produzir esses produtos químicos.

Só neste ano, depois da valorização do dólar frente ao real, o preço médio dos fertilizantes importados subiu 30%. A Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3), que está 82% concluída segundo a Petrobras, poderia representar uma alternativa mais barata. Conforme o engenheiro agrônomo Carlos Sérgio Turitan, "essa usina teria um impacto muito forte no custo de produção dos fertilizantes nitrogenados”.

“O fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil é a ureia e temos hoje uma capacidade instalada de produzir um milhão e 200 toneladas. Essa fábrica sozinha, teria esse potencial”, afirma o engenheiro. “Teríamos o dobro da fabricação de fertilizantes nitrogenados no Brasil. Isso representaria uma redução de custo nessa região. Onde está localizada a fábrica é a porta de entrada do setor que mais produz produtos agrícolas no Brasil, principalmente milho, cana-de-açúcar e café".

Para o ambientalista Djama Weffort, a natureza em torno da embarcação corre riscos. "Como há produtos químicos, sabemos que pode ocorrer uma explosão e também vazamentos. Não temos muita certeza do que pode acontecer. Se [a balsa] ficar mais tempo parada, sem monitoramento, significa que nós estamos correndo um risco maior”, ressaltou.

A empresa Galvão Engenharia informou, por meio de nota, que é apenas integrante do consórcio, e que as peças pertencem a Petrobrás.