Economia

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Associação vai à Justiça contra alta do ICMS sobre medicamentos genéricos em São Paulo

Remédios devem ter aumento a partir de 15 de janeiro, quando passa a valer nova alíquota.

SÃO PAULO - O preço dos medicamentos genéricos no estado de São Paulo deve ter aumento a partir do dia 15 de janeiro, quando passa a valer a nova alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para esses produtos.

O aumento do imposto sobre os genéricos faz parte do pacote de ajuste fiscal que o governo de São Paulo aprovou na Assembleia Legislativa (Alesp) para equilibrar as contas públicas. A nova lei que estabelece as regras para o Orçamento prevê um aumento na carga tributária de 12% para 13,3%.
 
A Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos) estima que os medicamentos fiquem de 3% a 5% mais caros para quem compra direto no balcão da farmácia, dependendo do remédio.
 
A Rosuvastatina, por exemplo, usada para o controle do colesterol, deve aumentar 5,6%. A caixa que hoje sai por cerca de R$ 170 passaria pra R$ 179,52.
 
A Lozartana, usada para controle da pressão arterial, deve ter aumento de 3,80%. O valor da caixa deve passar de R$14 para R$14,53.
 
A aposentada Celina Ribeiro gasta pelo menos R$ 500 todo mês em remédios pra ela e para a irmã.
 
"Eu acho um absurdo. Numa pandemia, os remédios custarem tão caro, a gente já não vai nos hospitais, a gente já não vai nos médicos pra fugir... Então você tem um remédio que costuma usar sempre, você vai procurar um genérico e agora vai aumentar", diz.
 
Com medicamentos mais caros, há também a preocupação do impacto que doenças crônicas não tratadas podem ter sobre o sistema público de saúde.
 
"Se as pessoas não conseguem tratar essas doenças, o sistema público vai sofrer uma pressão bastante significativa. Então a preocupação é manter o acesso. A nossa preocupação é não inibir o acesso. É não trazer prejuízos para a população que hoje se beneficia dos genéricos", diz a presidente da PróGenéricos Telma Salles.
 
O Sindusfarma, sindicato que representa a indústria farmacêutica, informou que entrou com uma ação na Justiça contra a mudança na alíquota do ICMS. O processo está no Supremo Tribunal Federal.
 
Em nota, a Secretaria Estadual da Fazenda afirmou que ainda manteve 80% dos benefícios fiscais concedidos. Informou ainda que o objetivo do ajuste fiscal é proporcionar R$ 7 bilhões em economia, recursos que serão importantes para equilibrar perdas causadas pela pandemia e também para manter obrigações em áreas como saúde, educação e segurança pública, além dos pagamentos da dívida com a união.
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