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Polícia Civil investiga morte de paciente internada no Hospital Regional

Mulher de 62 anos havia passado por uma cirurgia para a retirada da vesícula

PRESIDENTE PRUDENTE - A Polícia Civil apura eventual negligência ou imperícia por parte dos profissionais que prestaram atendimento a uma mulher, de 62 anos, que morreu na última quinta-feira (19), no Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente, onde estava internada.

O caso foi registrado neste sábado (21), na Delegacia Participativa da Polícia Civil, como “homicídio culposo”.

Quem compareceu à delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência foi um filho da paciente.

Ele contou que, no dia 26 de agosto, sua mãe estava sentindo dores abdominais e foi submetida a consulta e exame de ultrassom, em Martinópolis, onde se constatou um problema de “pedra na vesícula”.

A paciente dirigiu-se, então, ao HR, onde foram realizados novos exames que confirmaram o diagnóstico.

No mesmo dia, a paciente foi internada e posteriormente submetida a cirurgia, em 31 de agosto, que lhe retirou a vesícula (colicistectomia).

De acordo com o Boletim de Ocorrência, após a recuperação, retornando ao quarto, a paciente reclamou de fortes dores no abdômen e acionaram a enfermagem. Foram informados de que as dores seriam decorrentes dos gases e que ela precisaria andar pelo quarto para ajudar a eliminá-los. Como as dores persistiram, foram ministrados dois tipos de medicamentos à idosa.

Segundo o Boletim de Ocorrência, um médico plantonista foi acionado depois disso, examinou a paciente, apalpando seu abdômen, e disse também que se tratava de gases. No entanto, a mulher insistiu que avaliasse melhor, dizendo: “Tem algo andando dentro de mim e não é gás”.

Conforme o registro policial, o médico então receitou à enfermagem que lhe aplicasse morfina. Nesse momento, a paciente reclamava também de falta de ar e suava muito.

A mulher permaneceu ainda por quase três dias com aquela dor, com uso de dipirona. No dia 3 de setembro, o marido da paciente estava como acompanhante e foi auxiliá-la no banho. Ao retirar os curativos e molhar o corpo no banho, verificaram que havia um tipo de líquido saindo da incisão superior por onde foi feita a cirurgia.

Quando a paciente se debruçou sobre a pia do banheiro, enquanto se enxugava, apertou levemente a região e então viu "esguichar" um tipo de secreção, aparentando ser resíduo alimentar.

O filho compareceu ao hospital e comunicou a enfermagem, mostrando os resíduos que ainda estavam na pia. Uma enfermeira pegou uma gase, passou naquele resíduo, cheirou e disse que era para ficar tranquilo, pois não se tratava de resíduo alimentar, segundo consta no registro policial.

Depois disso, um médico foi ao quarto examinar a paciente, retirou dois pontos da incisão e começou a "ordenha para drenar" a região, retirando muita secreção na cor marrom escura. E depois foram requisitados exames de raios-x e ultrassom, mas nada disseram sobre alguma anormalidade.

Segundo o Boletim de Ocorrência, informaram que se tratava de gases e que ela deveria levantar-se do leito e andar.

Foi colocada uma bolsa para coleta da secreção. No dia 4 de setembro, foi feita uma "laparotomia" e um médico disse que havia uma "úlcera de estresse" e que tinha sido "fechada". Desde então, a paciente permaneceu em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), "mas reagia a estímulos", confirmando com a cabeça que sentia muita dor.

O filho soube que ainda havia secreção no local, mas uma médica dizia que era natural, das cirurgias, segundo o Boletim de Ocorrência.

Na última quinta-feira (19), a idosa foi submetida a uma "reabordagem da laparotomia", na qual um médico informou que foi necessário extrair aproximadamente um terço do estômago e disse que o duodeno estava perfurado.

Segundo o Boletim de Ocorrência, a paciente voltou para a UTI e morreu às 5h47 da quinta-feira (19).

“Em face do narrado pelos familiares, registra-se o presente para que se apure eventual negligência ou imperícia por parte dos profissionais que fizeram os atendimentos e procedimentos”, pontuou a Polícia Civil no Boletim de Ocorrência.

Outro lado

O Hospital Regional informou que ainda não foi notificado pela Polícia Civil sobre o caso, mas já salientou que se coloca à disposição para a averiguação.

 

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