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27505Imagens flagram agressão a idosa de 100 anos em Adamantina
Cuidadora condenada pelo crime de tortura responde em liberdade
ADAMANTINA - A família de uma idosa de 100 anos, moradora de Adamantina, aguarda na Justiça a punição de uma mulher suspeita de agredir a senhora por aproximadamente oito meses, condenada em outubro. As imagens foram liberadas pela família e divulgadas nesta quinta-feira (20) pela TV Fronteira. Após desconfiarem que a vítima, que é portadora de Alzheimer e não consegue andar, era torturada, as imagens das câmeras de monitoramento, que já haviam sido instaladas no imóvel, foram assistidas, e nelas foram vistas cenas nas quais a aposentada leva socos e é até sufocada pela indiciada.
O material, gravado desde fevereiro deste ano, foi encaminhado à delegacia do município e o inquérito policial foi encaminhado para o Tribunal de Justiça, que condenou a cuidadora Maria Francislene Miranda Sobral a 20 anos de prisão por tortura no dia 3 de outubro. Ela recorreu da decisão nesta semana e continua a responder o processo em liberdade. Conforme o advogado da mulher, Siderley Godoy Junior, com o recurso, o Tribunal de Justiça deve rever a decisão e optar pela absolvição ou redução da pena de sua cliente.
Enquanto aguarda a decisão judicial, a família teme com a liberdade da suspeita e acredita que isso possa colocar outras pessoas em risco.
Os vídeos mostram que durante as refeições, a suspeita impedia a respiração da idosa, para fazer com que ela engolisse a comida, que era introduzida em sua boca, com o uso de força física. Nas imagens é possível ver ainda momentos em que a vítima levava tapas e era chacoalhada.
(clique aqui para assistir ao vídeo da agressão)
Para o registro, as câmeras foram colocadas em diversos cômodos da casa em que a idosa reside e as imagens foram captadas. A família acredita que as agressões possam ter começado meses antes da primeira gravação, em fevereiro.
A filha da vítima, Alice Ferreira dos Santos, que foi quem contratou a cuidadora, diz que a mãe passou a apresentar escoriações e necessidade de cuidados hospitalares frequentes após um mês da contratação da funcionária, além de alterações no comportamento. “Minha mãe perdeu a capacidade de falar e não queria comer, beber ou dormir, além de se debater na cama durante a noite. Tudo isso estava acontecendo”, conta.
As câmeras já estavam presentes no imóvel há cerca de dois anos e meio, antes da contratação de Maria. Porém, como a família confiava na cuidadora, devido ao bom modo como ela agia com a idosa quando outras pessoas estavam por perto, os machucados nunca foram relacionados com um possível caso de agressão ou tortura, e as imagens, não eram verificadas.
Após observarem um grande hematoma na região das costelas da aposentada, os familiares optaram por observar as gravações e se assustaram com o que viram, conforme relata o bisneto da aposentada, Alex Rodrigues. “A gente chorava, tentava assistir mais um pouco, e chorava de novo. É muito difícil”, desabafa.
A filha da vítima alerta aqueles que possuem idosos em casa que precisam de auxílio de um cuidador para levantarem informações sobre o profissional contratado, para que situações desse tipo possam ser evitadas. “Isso aconteceu comigo e pode acontecer com várias pessoas também. Então, todos devem ficar bem atentos”, afirma.
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