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Ex-Corinthians ganha vida trabalhando à noite em Prudente

Aos 32 anos, Rafael Akai está há quatro anos afastado dos gramados

PRESIDENTE PRUDENTE - "Valeu a pena (...)! Valeu a pena (...)"! O funcionário responsável pelo sistema de som da hamburgueria e risotteria, onde trabalha atualmente Rafael Akai, ex-Corinthians, foi preciso ao escolher a canção deixada ao fundo da entrevista. A letra da música "Pescador de Ilusões" resume bem para o prudentino vários capítulos de sua história nos gramados.

Um pouco antes de iniciar mais uma jornada na cozinha do restaurante, Akai falou de sonhos, decepções e dificuldades vividas no futebol, durante uma história que incluiu passagens por clubes tradicionais do país e equipes do exterior. Aos 32 anos e parado há quatro, ele assume: o sonho de voltar aos gramados ainda sobrevive.

O auge desta história ocorreu há mais de uma década, em 2006. Ele chamou a atenção ao jogar pelo Corinthians a Copa São Paulo de Futebol Júnior, em um time que ainda contava com nomes como o do meio-campista Willian, hoje no Chelsea e com convocação praticamente certa para a Copa da Rússia, e do goleiro Weverton, campeão olímpico em 2014 e atualmente no Palmeiras.

Após se destacar na Copinha, Akai recebeu chance na equipe principal, que ficou famosa pelos altos investimentos recebidos de um grupo de fora do país e que contava com a presença de jogadores como Carlitos Tevez, Nilmar e Mascherano. A realização do sonho vivido pela maioria dos garotos brasileiros mostrou ao prudentino que o caminho era gratificante, mas também muito exigente e com espinhos e desafios. Ensinamento que, segundo ele, demorou um pouco para ser compreendido.

Sobre o significado do aprendizado tirado diante das situações que o levaram ao vislumbre e de um eventual arrependimento resultante de uma entrega a isso, Akai acredita que, mesmo a longo prazo, as experiências foram determinantes para fixar em seus pensamentos alguns valores e princípios que pretende levar adiante.

Carreira

A história precoce lembrada por Akai teve início no Mirassol, no começo da década de 2000. De lá, ele seguiu para o Cruzeiro, São Caetano e Paraná, de onde foi para o Timão. Após a passagem pelo Corinthians, jogou na Chapecoense e no Londrina, onde se destacou em 2008, antes de ir para o Rostov, da Rússia.

"Foi minha primeira experiência no exterior. Estranhei bastante. Eu era o único brasileiro no elenco, em um país bem diferente, muito frio, com meu filho ainda novo (o filho de Rafael hoje tem 13 anos). Por isso tinha um contrato de dois anos, mas fiquei apenas cinco meses", disse.

Ao retornar ao Brasil, o prudentino passou pelo Ceará, teve tentativas frustradas de jogar no Dalian Shide, da China, e Zob Ahan, do Irã, devido a questões contratuais com empresários, antes de jogar pelo Grêmio Prudente, Morrinhos (GO), Colorado (PR) e Ivinhema (MS), onde, motivado pelas decepções e uma lesão no fêmur, encerrou a carreira.

 

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