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Cana: região pode perder 13 mil hectares de plantio

Proibição da queima da palha da cana é apontado como principal fator para queda

REGIONAL - Com a proibição da queima da cana-de-açúcar até 2017, conforme o protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético assinado entre governo estadual e indústrias sucroalcooleiras, em 2007, a região pode perder 13.229 ha (hectares) de áreas de plantio.

Isso porque, a partir da data citada, a colheita deverá ser feita apenas de forma mecanizada e estes locais apresentam declive superior a 12%, não dando condições da entrada de maquinário – devido às estruturas físicas irregulares do solo. O número representa 3,59% dos 368 mil ha, em locais declinados, das 11 RAs (Regiões Administrativas) de São Paulo.

De acordo com o gerente de agronegócio da Fiesp, Antônio Carlos Costa, o estudo – que consiste em um mapeamento das áreas de plantio que existem em todo o Estado – tem como objetivo apresentar o impacto ambiental, econômico e social que as regiões podem sofrer, a partir de 2017, nas áreas que apresentam declínio de 12% e que não proporcionam condições para a colheita mecanizada. “Haverá uma perda considerável, já que muitas localidades não poderão produzir, pois não terão como colher”.

Sobre a questão da mecanização da colheita, o gerente ressalta que após o acordo do protocolo, os produtores que cultivam a cana em mais de 150 ha e com inclinação a partir de 12% terão até o término da safra atual, ou seja, este ano, para fazer as queimadas – forma que possibilita na sequência o corte manual da cana. Para os que possuem área menor que 150 ha, dentro do mesmo índice de declínio, o prazo final é 2017.

O doutor em economia e coordenador da Gite da Embrapa, Evaristo de Miranda, explica que o mapeamento é uma forma de apresentar para os produtores, representantes municipais, do Estado e para toda a sociedade, os problemas que podem ocorrer, as “perdas” de áreas de plantio de cana-de-açúcar e a importância do cultivo para as regiões, bem como para a economia estadual.

Região

Os órgãos mapearam o Estado e dividiram o estudo de acordo com as 11 RAs (Regiões Administrativas). Na 10ª RA, que corresponde à região de Presidente Prudente, existem 476.778 ha de cana-de-açúcar, dentro dos 1.014.704 ha correspondentes ao território agrícola. O número corresponde a 46,99% do que cultivado no setor agropecuário.

Visão das usinas

O diretor da Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antônio de Pádua Rodrigues, esclarece que a orientação é para que os produtores e órgãos regionais estudem novas adequações e possibilidades de cultivos para que não haja “a improdutividade das áreas” que, atualmente, recebem o cultivo de cana-de-açúcar, mas enquadram-se no índice de declividade.

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