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Santas Casas têm prejuízo operacional de R$ 4 bi/ano com o SUS

Unidades prestam assistência gratuita à população e são ressarcidas posteriormente pelo Governo

SÃO PAULO - Santas Casas e Hospitais Beneficentes operam em déficit no atendimento dos pacientes da rede pública. Pelas regras, essas unidades prestam assistência gratuita à população e são ressarcidas posteriormente pelo Governo. O repasse é feito considerando uma tabela de procedimentos do SUS, que estipula o valor de cada intervenção médica. Entretanto, de acordo com as instituições, o déficit atual é de, em média, 40%, ou seja, para cada R$ 100,00 empregados no atendimento gratuito as unidades beneficentes recebem de volta R$ 60,00. É uma distorção que, prolongada e sem solução, tem gerado um prejuízo operacional de R$ 4 bi/ano para as entidades.
 
Em 2009, a rede filantrópica teve um custo de pouco mais de R$12 bilhões para o atendimento aos beneficiários do SUS e recebeu apenas R$ 7,9 bilhões, o que gerou um déficit de R$ 4,1 bilhões.
 
“Esse déficit operacional vem sendo em parte coberto com receitas alternativas que algumas entidades conseguem gerar, mas aquelas que dependem exclusivamente da receita do SUS estão praticamente quebradas. Essa defasagem na tabela produziu uma dívida que os hospitais não conseguem mais suportar. O reajuste da tabela é ponto fundamental para a reabilitação da rede beneficente”, afirma José Reinaldo de Oliveira Júnior, presidente da Confederação das Misericórdias do Brasil (CMB) e da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes de São Paulo (Fehosp).
 
Um dos exemplos é Santa Casa de Misericórdia de Palmital, na região de Assis, que conta com 68 leitos, sendo 44 para a rede pública, atende mensalmente pelo SUS cerca de 2740 consultas e 130 internações. “Temos capacidade para atender o dobro do que atendemos atualmente, mas é inviável por conta do teto financeiro que nos é estabelecido. Para tudo que for feito acima do teto não há remuneração, aumentando o nosso déficit operacional”, explica Edson Rogatti, presidente da Santa Casa de Palmital.
 
Mesmo operando abaixo de sua capacidade, a instituição soma mais de 800 mil reais em dívidas bancárias.
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