- Atualizado em 09/05/2019 08:39
Acontece
47713Operação Voo de Ícaro identifica grupo responsável por utilizar drones para lançar materiais em unidades prisionais
Bando usava geolocalização para ter acesso visual aéreo de penitenciárias
REGIONAL - A Polícia Civil realiza, nesta quarta-feira (8), a Operação Voo de Ícaro, cuja investigação identificou uma nova forma de introdução de objetos em unidades prisionais. Mandados de prisão, bem como de busca e apreensão são cumpridos. O nome da ação tem alusão a drones utilizados por organização criminosa para lançamento de materiais para o interior de penitenciárias.
Até o momento desta publicação, a polícia havia cumprido 20 mandados de prisão (de um total de 21), dos quais nove eram em estabelecimentos prisionais. A ação contou com o apoio do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), da Administração Penitenciária, para a realização de buscas administrativas no interior das celas dos detentos.
No Oeste Paulista, os MPs foram cumpridos nas penitenciárias de Martinópolis e Pacaembu, onde estão os líderes internos do esquema, segundo um organograma da Polícia Civil. A ação também foi realizada em unidades prisionais de Lavínia, Marília, São Paulo (Parelheiros), Guarulhos, Franco da Rocha e Potim.
Ainda houve o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão, todos na capital paulista. Foi apreendido farto material probatório, além do bloqueio e sequestro de várias contas bancárias utilizadas por membros da organização criminosa.
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Sobrevoo
Foi apurado durante a investigação que aparelhos celulares que ingressavam em unidades prisionais garantiam a comunicação da liderança da organização criminosa que comandava ações gerais contra o Estado.
Ainda foi identificado que drones eram monitorados externamente, a partir de “acesso remoto”, com a ajuda de presos que direcionavam o controlador para a liberação de materiais, arremessados no pátio de banho de sol, com hora marcada. Em alguns casos, o dispositivo era direcionado até próximo do solo, onde um preso liberava a carga. Em algumas vezes, o aparelho era “abatido” por agentes de muralha.
Cada drone utilizado está avaliado em R$ 16 mil, segundo a polícia, e chegava a transportar até 1 quilo de materiais (droga, chips, celulares, cartas, etc) por sobrevoo.
As entregas, sem risco, tinham um custo aproximado de R$ 40 mil aos envolvidos e eram acompanhadas pela câmera de vídeo do aparelho, o que facilitava a visualização do ponto de descarga.
“Para a movimentação financeira, o grupo coaptava outros membros do crime que emprestavam seus nomes e documentos pessoais para abertura de conta bancária e repasses aos membros da organização, com retiradas pessoais”, explica a polícia.
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