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Bilhete diz que Gegê do Mangue e Paca foram mortos por 'roubar' dinheiro de facção; MP investiga

Papel achado em penitenciária do interior de SP informa que mandante do crime é gerente de Marcola

Bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção (Foto: Reprodução/Divulgação) Bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção (Foto: Reprodução/Divulgação)

PRESIDENTE VENCESLAU - Um bilhete achado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, reforça a suspeita investigada pelo Ministério Público de que Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos no Ceará pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) porque supostamente desviaram dinheiro da facção criminosa.

Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP aguardam receber o papel para apurar a suspeita e tentar identificar quem executou Gegê e Paca na semana passada em Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza. Os dois eram membros do PCC e estavam foragidos da Justiça.

“Amigos aqui é o resumo do Pe quadrado [Penitenciária] e mais uns irmãos. Ontem foram chamados em uma ideias, aonde nosso ir [irmão] cabelo duro deixou nois [sic] ciente que o fuminho mandou matar os (...) o GG e o Paka. Inclusive o ir cabelo duro e mais alguns irs [irmãos] são prova que os irs [Gegê e Paca] estavam roubando”, informa o bilhete escrito a caneta num pedaço de papel.

Bilhete achado durante saída de visitas
O bilhete foi encontrado, possivelmente, por agentes penitenciários, durante a saída das visitas da P2 de Venceslau, como é chamada a penitenciária. Lá está preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pelo MP como o número 1 do PCC.

Fuminho, que é citado no papel como o mandante do crime, é o apelido de Gilberto Aparecido dos Santos. Ele é considerado gerente de Marcola nas ruas, cuidando das ações criminosas da facção, segundo o Gaeco.

Os corpos de Gegê do Mangue e Paca foram encontrados numa reserva indígena com marcas de tiros. Os olhos estavam perfurados por facas, o que entre os criminosos significa uma maneira de punir quem pega o que não é dele. Um helicóptero teria sido usado para levar os dois até o local onde seriam mortos.

Tráfico de drogas, de armas e assaltos são algumas das modalidades criminosas de onde o PCC tira seus recursos financeiros, que podem ter sido furtados por Gegê e Paca, segundo apura o MP.

Passagem de Gegê por 15 penitenciárias
O bilhete foi encontrado, possivelmente, por agentes penitenciários, durante a saída das visitas da P2 de Venceslau, como é chamada a penitenciária. Lá está preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pelo MP como o número 1 do PCC.

Fuminho, que é citado no papel, é o apelido de Gilberto Aparecido dos Santos. Ele é considerado gerente de Marcola nas ruas, cuidando das ações criminosas da facção, segundo o Gaeco.

Antes de se tornar número 2 do PCC e ser morto no Ceará, Gegê vendia drogas para "descolados" da Vila Madalena, bairro boêmio da Zona Oeste de São Paulo.

Ele passou por 15 penitenciárias. A última foi a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau - onde o bilhete foi achado -, de onde saiu pela porta da frente no dia 1º de fevereiro do ano passado por decisão judicial em razão da demora no julgamento de um duplo assassinato do qual era acusado.

Condomínio de luxo
A condição para Gegê ser solto foi a de se apresentar à Justiça duas semanas depois para ir a júri popular pelos crimes. Como ele não compareceu ao julgamento, foi julgado à revelia e condenado a 47 anos de prisão. Posteriormente, passou a ser considerado foragido por ter faltado ao próprio julgamento.

Em Aquiraz, cidade onde foi achado morto, Gegê era dono de uma mansão num condomínio de luxo e vários carros importados. O corpo dele, no entanto, só foi identificado no domingo (18). Ao seu lado estava o corpo de Paca, também foragido da Justiça. Os dois foram enterrados em São Paulo.

Paca havia sido beneficiado com a saída temporária na Páscoa de 2011, mas não voltou à prisão. Após as mortes de Gegê e Paca, o governo federal enviou reforço policial ao Ceará.

Outra suspeita apurada pelo Ministério Público para explicar a execução de Gegê e Paca é a de que eles tenham sido mortos pela própria facção paulista em retaliação ao assassinato de um de seus ex-membros, o preso Edilson Borges Nogueira, o Birosca, em dezembro de 2017.

 

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