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Artigo semanal do Professor Sérgio Barbosa: GESTÃO EM COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Para que todos os colaboradores estejam cientes das diretrizes da empresa, falando a mesma linguagem, com foco na comunicação do que a empresa faz

 Após a década de setenta do século XX iniciou-se um processo sem precedentes de difusão da comunicação em escala global. Novas maneiras de pensar e convívio despontam no mundo das telecomunicações e informática, a Internet torna-se, parafraseando Castells (2005), o tecido de nossas vidas.

Briggs & Burke (2002) em sua obra “Uma História Social da Mídia – De Gutemberg a Internet dimensiona os impactos que os computadores tiveram na vida das pessoas a partir dos anos setenta, quando deixaram de serem simples máquinas de calcular, para fazer todos os tipos de serviços.

Vivemos na era da convergência da comunicação por meio das Organizações, conceito que para Dizard Jr. (2000) é a condição de um estado unido de mídia no qual todas as formas e instrumentos dos meios de comunicação se reúnem por efeitos dos computadores e da digitalização, “o elemento comum é a computadorização, uma tecnologia que vem apagando todas as antigas diferenças que separam os serviços da mídia do passado”

Os impactos e consequências provocados pela convergência da mídia revolucionaram as dimensões da vida social contemporânea, o mercado, a educação, as relações sociais, o jornalismo, a publicidade, as esferas institucionais e a cultura de um modo geral.

Novas Mídias

Aliás, como o processo de convergência continua acontecendo, não sabemos avaliar ao certo seus impactos presentes e futuros, o que gera uma incerteza quanto a projeções da caracterização da mídia ainda para este milênio.

A convergência inaugurou relações específicas das novas mídias, distanciando bastante dos meios de comunicação tradicionais.

Acerca desta questão, Pinho (2003) e 2004 aponta as principais transformações ocorridas nos jornais e na comunicação mercadológica.

As vantagens da Internet em relação às velhas mídias são diversas, menor custo de produção e veiculação, pessoalidade e interatividade com o consumidor no caso da publicidade – e do leitor, do jornalismo – acessibilidade, flexibilidade e dirigibilidade são algumas vantagens que podem ser citadas como produto da convergência da mídia.

As mudanças dos padrões da mídia como resultado da convergência de forças tecnológicas operaram a modificação da informação num cenário pós-industrial.

Os impactos dessa transformação da comunicação organizacional dissiparam-se em uma multiplicidade de campos, a saber: política, economia, sociedade, educação, saúde e outras.

No sentido mais geral, pode-se afirmar que a época atual encontra-se comandada pela tecnologia organizacional/corporativa por meio do sistema computacional que atua como um agente codificador da comunicação organizacional.

Cibercultura

Em sua obra “Cibercultura Pierre Lévy busca descrever esse novo cenário a partir do conceito de cibercultura, subentendido  como  tecnocultura ou codificação virtual da escrita, da cultura, através das novas tecnologias.

De acordo com o autor, a cibercultura contém três elementos: a) a interconexão, qualquer objeto teria seu endereço na internet de modo que “tudo” pode se comunicar com “tudo”; b) as comunidades virtuais ou pessoas, grupos e instituições com interesses mútuos se organizam em coletivos, independentemente da sua locação geográfica; c) inteligência coletiva, na qual grupos, comunidades podem dispor em comum do seu saber, permitindo o aproveitamento do conhecimento que estava disperso (BOING,1994).

Lévy (1999) compara o mundo da Internet é um “dilúvio” de informações em que várias arcas levam consigo aquilo que acha mais importante, sem a preocupação com o todo. Apesar disso, o conteúdo dessas arcas estariam todas interconectadas no ciberespaço.

O computador modifica a produção artística, as formas culturais nascem do computador.

É o exemplo da música tecno da arte digitalizada e outras artes que assumem formas de realidade virtual em tempo de comunicação organizacional mediada, também, pela pós-globalização midiática.

Para o autor, o ciberespaço descortina enormes possibilidades de melhoria do sistema educacional, contribuindo para aumentar o acesso das pessoas ao saber. Umas das propostas seria a criação de uma rede de ensino à distância.

Nesse ambiente cibernético e organizacional, o papel do professor deveria ser repensado, ou seja, deixaria de ser um agente de informação para desempenhar uma nova função, a de estimular o conhecimento do aluno ao invés de apenas transmiti-lo.

Em seu novo papel, o professor não seria mais “dono” do conhecimento, ele se tornaria um mediador, capaz de fazer associação e ligar conteúdos de informação organizacional.

De modo contrário, Lévy discorda da visão de que a substituição do real pelo virtual possa trazer a dominação de uma “classe virtual”, porque acredita que qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento técnico pode investir no ciberespaço.

Embora o autor levante algumas interrogações, como, por exemplo, se a cibercultura traria ou não exclusão, se as diversidades das línguas e das culturas não se encontram ameaçadas pela cibercultura e se esta não estaria ela rompendo com os valores da modernidade europeia. 

Diante desse processo de ambiente de redes sociais mediadas pela internet, novos horizontes se abrem no campo da comunicação organizacional.

Novos desafios que busquem dar conta da compreensão teórica e prática desta realidade tornam-se urgentes a serem desbravados.

A partir desta preocupação, faz-se necessário estar em conexão com as propostas mediadas pela “Comunicação Organizacional", ainda, tendo como escopo a análise do contexto midiático atual.

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(*) Jornalista Diplomado, professor universitário e Consultor na Área da Comunicação Organizacional. Desenvolveu atividades acadêmicas como Pesquisador-colaborador da Cátedra UNESCO/METODISTA de Comunicação para o Desenvolvimento Regional (1998-2018).

Referencias:

 


[1] BRIGGS, Asa e BURKE, Peter. Uma História Social da Mídia – De Gutemberg à

  Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

[2] DIZARD JR., W. A Nova Mídia - Comunicação de Massa na Era da Informação. RJ:   

  Jorge Zahar, 2000, p.6.

[3] PINHO, J. B. Jornalismo na Internet – Planejamento da Informação On-Line. 2 ed. São Paulo:

  Summus, 2003.

[4] PIINHO, J. B. Comunicação em Marketing: Princípios da Comunicação Mercadológica. 7

  ed. Campinas: Papirus, 2004.

[5] LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

[6] BOING, Raquel. Resenha Cibercultura. In Comunicação & Política, v.VI, n.2 e 3, p. 180-182.

 

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